Estruturação da cadeia do coco vai dar sustentabilidade à agricultura familiar do Litoral Norte

A data, considerada cabalística pelos numerólogos, entrou de vez na história da cultura do coco da Bahia. Reunidos com o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, o superintendente do Banco do Nordeste do Brasil, Nilo Meira; o gerente de Desenvolvimento Regional Sustentável do Banco do Brasil, Armando Soares, e o presidente da Desenbahia, Luiz Petitinga, assumiram o compromisso de assinar protocolo de intenções com os governo do Estado através da Secretaria da Agricultura/EBDA, Embrapa, grupo holandês Aurantiaca, e do município de Conde, com o objetivo de criar linha especial de crédito para a cultura do coco, atendendo aos agricultores do Litoral Norte. Uma comissão foi formada, com representantes das partes, com o objetivo de formatar o documento que será assinado ainda este mês, durante a Fenagri 2011, maior evento da agropecuária da Bahia.

A elaboração do Plano de Estruturação da Cadeia Produtiva do Coco do Litoral Norte foi outra decisão tomada na mesma reunião, que teve a participação do diretor do Grupo Aurantiaca, Piet Henk Dörr, secretário de Agricultura do município de Conde, Cláudio Teles; superintendentes de Desenvolvimento da Agropecuária, de Atração de Negócios e de Agricultura Familiar da Seagri, respectivamente Raimundo Sampaio, Jairo Vaz e Wilson Dias, e do diretor de Agricultura da EBDA, João Bosco, além do técnico especialista em coco da EBDA, Fernando Florence.

“A estruturação da cadeia do coco é uma das prioridades do governo do Estado, e vai incrementar o desenvolvimento do Litoral Norte”, disse o secretário Eduardo Salles, lembrando que o coco está inserido na cadeia da fruticultura, considerada estratégica para o Estado e incluída no programa Vida Melhor, lançado há pouco mais de dois meses pelo governador Jaques Wagner. Ele informou ainda que será criada a sub-câmara do coco, na Câmara Setorial de Fibras, que terá a missão de preparar o Plano de Estruturação. A cultura do coco gera 240 mil empregos e é praticada essencialmente pela agricultura familiar.

Com 83 mil hectares plantados, a Bahia é líder do ranking nacional, com produção anual superior a 500 milhões de frutos, posicionando-se à frente do Ceará, (43 mil ha), Sergipe, (34 mil ha), e Pará, em quarto lugar com 25 mil hectares. Localizado no Litoral Norte, o município de Conde possui 15 mil hectares plantados, área que somada à do vizinho município de Jandaíra, (11 mil ha), supera a do Estado do Pará.

A cultura do coco no Litoral Norte ganha força com a chegada do grupo holandês Aurantiaca, que está construindo a primeira fábrica de fibra de coco da Bahia, no município de Conde. A nova indústria vai gerar cerca de 500 empregos diretos e três mil indiretos, numa região que tem população estimada em mais de 12 mil pessoas. O complexo industrial terá capacidade para processar um milhão de cocos/dia, sendo 400 mil frutos secos e 600 mil frutos verdes.

Piet Dörr explicou que a indústria vai produzir inicialmente fibra, processando a casca do coco seco, matéria prima que hoje é descartada, e nos estágios seguintes produzirá óleo e água de coco. “Até junho de 2012 a unidade de fibras já estará em operação. Até o final do próximo ano as obras estarão totalmente concluídas e a inauguração do complexo deverá acontecer no início de 2013”, disse o empresário holandês.

O empresário espera que o governo brasileiro autorize a compra de terras para estrangeiros para poder aumentar os investimentos na Bahia. “Não queremos especular. Queremos comprar terras para produzir”, disse ele, informando que o Grupo Aurantiaca possui 2 mil hectares no município de Conde, com 400 mil coqueiros, com projetos de dobrar a área e a produção.

A indústria vai produzir 50% da matéria prima, e o restante será comprado do produtor, essencialmente agricultor familiar, num sistema de integração. “O agricultor familiar não será um simples fornecedor. Será nosso parceiro”, afirmou o empresário, acrescentado que o grupo vai contribuir para o treinamento e capacitação do produtor.

(Ascom Seagri)

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