A constatação do parasita “bicho geográfico” na Ilha do Rodeadouro foi o suficiente para a evasão de turistas no local. Há quase 15 dias da notícia de que a areia do ponto turístico mais frequentado da região, os barraqueiros e barqueiros agora enfrentam a crise financeira. Não apenas com a queda do movimento, mas também com a ingerência e a falta de investimentos públicos.
De acordo com barraqueiros, os prejuízos são incalculáveis. “Somos abandonados. Abastecemos a cozinha e o bar para atender nossa clientela, mas ela não compareceu como de costume, principalmente nos finais de semana”, pontua Clenice da Silva . Ela relata que pela primeira vez, depois de 30 anos que comercializa no local, ela sente o impacto negativo nessa proporção.
Para o presidente da Associação de Barqueiros, Israel Barreto, se já não bastasse o descaso dos poderes públicos, tanto de Juazeiro quanto de Petrolina, as secretarias de saúde dos dois municípios alastraram a notícia, mas não adotaram nenhuma providência até agora. “O que acontece é a falta de apoio das prefeituras. Simplesmente abandonaram os barqueiros e barraqueiros”.
Ele reforça inclusive que houve estardalhaço de interdição, mas não foi feita intervenção e a informação só serviu para afastar os banhistas. “Não houve interdição oficial, a população que está evitando a ilha”, disse.
O presidente garante que a passagem para a ilha está liberada.
Após as coletas de amostragens da areia, as secretarias recomendaram que à população evite o contato direto com a areia, já que pode causar coceira, inchaço e inflamação na pele humana. De acordo com Israel, os agentes de saúde espalharam cal na Ilha e proibiram a entrada de animais, principalmente gatos e cachorros, cujas vezes provocam o aparecimento do parasita. “ Quanto aos animais são os próprios barraqueiros que estão recolhendo da ilha e colocando na carrocinha”, disse.
A Prefeitura de Petrolina informa que nova coleta de areia será feita na próxima segunda-feira (14) e só após o resultado das análises será decidido se as restrições devem continuar.
Mas enquanto isso, os frequentadores continuam aguardando investimentos de infraestrutura e preservação ambiental na Ilha.
Grande Rio FM