O “BALAIO DE GATO” DAS COLIGAÇÕES ESTADUAIS

blogqspbalaiodegatosAs próximas eleições não irão fugir à regra quando a questão for a salada das coligações.  Nos estados, alianças inimagináveis seguem a uma lógica regional própria. Em alguns casos, nem só a questão do “poder” pesa na hora das decisões.

O fator emocional se mostra  poderoso.  Mágoas, ressentimentos e rivalidades antigas, também vão para a balança. E nesse contexto, unir um país inteiro diante de projetos pessoais, é uma tarefa das mais difíceis, e de execução improvável.

Tomemos por exemplo a situação do prefeito Júlio Lóssio (PMDB), que ignora a coligação estadual do partido com o PSB do governador Eduardo Campos, e não apoiará a candidatura do correligionário Raul Henry a vice na chapa de Paulo Câmara, e nem a  do legendário Jarbas Vasconcelos que disputará uma cadeira na Câmara Federal.  O prefeito de Petrolina já anunciou apoio  ao Senador Armando Monteiro (PTB) que atualmente lidera as pesquisas de intenção de votos no estado.

 Ao justificar  sua posição, Lóssio nega que se trate de infidelidade partidária já que o PMDB em Pernambuco  não segue a aliança nacional do partido com o PT. Ele também não esconde uma intensa mágoa com o PSB, leia-se, Fernando Bezerra Coelho, o maior nome do partido em Petrolina, especialmente por causa  da  questão da sua cassação na justiça eleitoral.  Apesar da curta experiência de Júlio  em vida pública esse assunto parece ser difícil de resolver entre os rivais.

Mas politica tudo é  possível. Em Roraima, por exemplo, nas últimas eleições estaduais   houve uma coligação improvável, entre o herdeiro do patrimônio político do ex-governador Otomar Pinto, o atual governador do estado, Anchieta Junior (PSDB) e o senador Romero Jucá (PMDB). No mesmo palanque cada um pedia voto para um candidato a presidente diferente, mas trocaram as ofensas do passado, por elogios rasgados.   Essa aliança de tão estranha para o eleitor, tinha que ser explicada com frequência nos discursos de ambos.

Em Petrolina, prefeito e vice estarão em palanques opostos, defendendo projetos diferentes, mas publicamente seguem suas rotinas sem nenhum, problema. Assim garante Guilherme Coelho que considera a situação, “normal no âmbito da política” , e que isso não afetará a relação com o prefeito Júlio Lóssio . Mas no meio dessa “briga de cachorro grande”, o vereador Pérsio Antunes ainda aguarda uma definição do prefeito sobre o apoio à sua candidatura à Assembleia Legislativa.  Pelo que anda dizendo na imprensa, o vereador começa, talvez, a preparar um plano B, e já teve inclusive uma conversa com FBC. O que sairá disso aí, é difícil de prever.

Por Rinaldo Lima

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