Surto na Ilha causa doença em frequentadores
AP – O Jovem Felipe Silva em um post publicado no Facebook alertou a população do Vale do São Francisco para um possível surto de larva Migrans Cutanea – popularmente chamada de “bicho geográfico”, na Ilha do Rodeadoro, em Juazeiro e Petrolina. Felipe conta que foi infectado pela larva na Ilha do Rodeadoro no dia 01 de março.
“Estive na ilha com parentes e amigos, ficamos do lado de Petrolina-PE, em uma das cabanas e, como de costume todos descalços a beira do rio São Francisco, tomando banho e nos divertindo nas mesas. Ao chegar em casa, já à noite, senti meus pés coçarem bastante e, no dia seguinte, apareceram às primeiras impressões de que algo estava errado, várias bolhas nos dois pés, a coceira só aumentando até chegar ao ponto de não suportar e ir ao médico para ver o que poderia ser. Fui diagnosticado que tinha sido infectado por um parasita chamado Larva Migrans”, contou.
Barraqueiros temem pelo aumento da ausência de turistas
A larva é uma zoonose provocada por parasita intestinal de cães e gatos. Elas penetram na pele humana e podem provocar inchaço e reações inflamatórias. Além disso, a intensa coceira causa falta de sono, nervosismo e irritabilidade. A nomenclatura “bicho geográfico” surgiu devido à perfuração e migração do bicho na pele do homem, formando um rastro vermelho visível semelhante a um mapa.
Segundo ele, após a consulta descobriu que seu primo, João Paulo que também estava com ele no mesmo dia havia sido infectado. “Ele estava comigo no sábado, dias depois fui descobrindo mais e mais casos aqui em Petrolina e Juazeiro; já soube que um professor da Univasf foi infectado do lado de Juazeiro, tem uma moça que foi infectada no braço, outra nas costas e outra na região abdominal. Mais recente, um primo de minha namorada que mora em São Bento do Una – PE e foi para Ilha do Rodeadouro no dia 09 de março, também acabou sendo infectado”.
Infecção da larva na senhora Jailde Maria (Foto)
Por outro lado, a senhora Jailde Maria Gonçalves alerta a população e diz já foi infectada pela mesma larva. “Tomem muito cuidado com a ilha do rodeadouro, eu também fui infectada por essa maldita larva migrans. Gracas a Deus eu já fiquei boa, é bom que as pessoas fiquem atentas”.
Os parasitas ficam alojados no intestino dos animais que eliminam ovos quando defecam. Em cerca de 24 horas, esses ovos se transformam em larvas e, depois de uma semana em contato com o solo, essas larvas se tornam infectantes para o ser humano. Geralmente a larva é encontrada em tanques de areia, parques ou praia, mas podem sobreviver em qualquer lugar que seja úmido e quente.
Normalmente, a doença se manifesta em crianças e adultos que entram em contato com a larva ao brincar em gramados, tanques de areia, ilhas ou praias. Em casos simples, o tratamento é realizado com uso freqüente de pomada específica durante aproximadamente duas semanas. Em casos mais graves, os medicamentos são ingeridos via oral pelo paciente.
Outros casos envolvendo pessoas contaminadas tem acontecido e afastado visitantes de um dos principais balneário turístico da região. O fato já preocupa barraqueiros. “Se continuar assim, não sei o que será de todos nós. Esse problema vem acontecendo a tempo e ninguém toma providências”, lamenta o barraqueiro Eudes Batista.
A reportagem do AP tentou contato com as secretarias de saúde de Juazeiro e Petrolina e não conseguiu.