BANCOS OFICIAIS ESTÃO LEILOANDO TERRAS DE AGRICULTORES DE PETROLINA EM DÉBITO

agricultorCentenas de produtores da fruticultura irrigada em Petrolina tentam desde o ano passado renegociar dívidas com bancos oficiais como Banco do Brasil e Banco do Nordeste. Algumas tem mais de 15 anos de contraídas e hoje são a impagáveis para a maioria dos produtores. A inadimplência segundo eles tem várias razões: pragas, quebra se safra, instabilidade do mercado, e até inexperiência em novas culturas.

Há relatos de que por causa das dívidas, centenas de produtores estão se desfazendo das terras, alguns voltam a trabalham como empregados nas terras que um dia possuíram. Quem mantém as esperanças corre o risco de ter a terra confiscada na justiça. As propriedades são dadas como garantia no contrato de financiamento e algumas começam a ser leiloadas.

Carlos Antônio Nunes soube na segunda-feira(17) que já não era mais o dono da propriedade, um lote com seis hectares no projeto Senador Nilo Coelho. Em débito com o Banco do Nordeste, ele estava em processo de negociação, chegou a pagar mais de sete mil reais para tirar o processo da justiça, quando teve a terra confiscada. Agora tenta negociar diretamente com o novo proprietário e diz que vai entrar na justiça contra o banco. “eu acho um absurdo a falta de informação do banco que em plena negociação não sabia que minha terra foi leiloada, o produtor precisa de ajuda e isso não é ajuda”, desabafou.

Outro produtor , Marcos Leandro, não teve nem a chance de negociar a dívida, a questão já estava na justiça. A terra da família foi leiloada três vezes sem que fosse arrematada. Ele diz que agora não tem muito a fazer a não ser esperar o triste desfecho. “a gente não consegue nem dormir direito, três famílias dependem dessa terra”, revelou.

O agricultor Sebastião Elói segue o mesmo caminho, produtor de goiaba e banana no projeto Maria Tereza, diz que deve algo em torno de 200 mil reais de um financiamento contraído em 1999, na época de 19 mil reais. A propriedade dele também esta na lista de bens leiloáveis. “eu apelo as nossas lideranças políticas, que olhem por nós, porque sem o pequeno produtor não existe produção agrícola no vale do São Francisco”, declarou.

Por Rinaldo Lima

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