Na falta de cidadania, a busca do sagrado na guerra dos caceiteiros
O lago formado com a barragem de Sobradinho cobriu as cidades originais de Casa Nova, Pilão Arcado, Remanso e Sento Sé. A mudança das cidades e das populações ribeirinhas por causa da barragem inspirou músicas (“Sobradinho”, de Sá e Guarabira), literatura de cordel e trabalhos que circularam no meio acadêmico.
Mas, em plena década de 70, época do “Brasil grande” do governo militar, só se falou sobre os benefícios da gigantesca obra, ficando o grande público carente de uma visão menos parcial sobre o assunto.
Com a discussão da transposição do rio São Francisco, o tema passou a despertar novo interesse. Um exemplo foi a publicação, em 2005, do livro “Os Descaminhos do São Francisco”, de Marco Antônio Tavares Coelho, em que o autor faz um histórico da utilização do rio.
Entre muitas informações fornecidas, Coelho afirma que a opção pelo local da construção da barragem desconsiderou parecer técnico da consultoria especializada contratada à época. Esta afirmava ser possível, sem prejuízo da geração de energia, escolher um local alternativo para a construção, de modo que a formação do lago não implicasse a submersão das sedes dos municípios.
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