DIRETO DE UAUÁ

Sexta-feira. Dezoito de outubro de dois mil e treze. Um dia triste para a cidade*Indira Ferreira Ribeiro
blogqspcrianca infratoraEra uma tarde de sexta-feira quando ecoou pela ruas da cidade a notícia sobre um suposto estupro que teve como vítima uma pequena garotinha de seus tão poucos e tenros sete anos. Após tomar ciência dos fatos não pude deixar de me render ao espanto estarrecente, tamanha a bestialidade, tamanha a crueldade, tamanha a covardia.

Deveras, ainda me surpreendem as cruezas e vilidades costumeiras do mundo. Paro. Emudeço. Estilhaço em espasmos doídos e intermitentes. Naufrago em cólera. Angústia. Raiva. Indignação.
Quão torturante é conjecturar sobre os fatos e sua sucedência. Quão torturante é imaginar a nossa pequena e imaculada vítima sendo submetida aos degradantes atos do seu suposto algoz com toda sua volúpia e seu despudor e sua asquerosidade e sua covardia e sua sanha necessidade de satisfazer aos seus mais bestiais instintos sexuais. A ele, suponho, nada importava, nem mesmo a pouca idade da vítima e sua meninice e sua fragilidade e sua candura. Nada. Meu Deus!
Só de em nisso pensar todo o meu corpo se punge. E Choro. Choro de manso e por dentro. Choro a dor da menina. E não dela apenas. Choro as dores de todas as outras que também foram vítimas de igual covardia. Choro por todas as que tiveram s uas infâncias roubadas. Por todas as que tiveram seus corpos infantes violados. Por todas as que retraídas e impingidas de medo sequer conseguem balbuciar seus soluços de dor. Choro por todas as que tiveram suas almas mutiladas.
Choro seus dramas e traumas. Choro também nossa omissão. Nossa indiferença. Choro a nossa incapacidade de irresignar-se ante o que nos choca e o que nos horroriza. Choro a ausência da indignação coletiva ante o caso. Choro o falso isentismos dos que escolhem ao seu bom alvedrio o que deve ou não virar notícia. Choro o nosso silêncio estatelante e seus intermináveis ecos. Choro a mudez de nossa voz.
Entenda o CASO:
No dia 18 de outubro, sexta-feira, no distrito Serra da Canabrava, localizado no município de Uauá-Bahia, uma menina de 7 anos foi estuprada, e o acusado de cometer o estupro é o seu avô paterno.
Atualmente o caso encontra-se em fase de inquérito policial.
*Indira Ferreira Ribeiro éTurismóloga, Pós-Graduanda em MBA em Gestão de Projetos – Uninter

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