Leonardo Lucena_PE247
“É uma coisa positiva no sentido de que Lóssio é do PMDB e apoia a reeleição da presidente Dilma”, disse Humberto Costa. Questionado sobre qual será o rumo dos petistas em 2014, depois de Lóssio ter lançado a sua candidatura, o senador afirmou que, primeiramente, é necessário saber qual será o desfecho da eleição para a direção do PT nos três níveis (federal, estadual e municipal), marcada para novembro deste ano. A troca de comando das direções ocorrerá em meio à desunião intrapartidária que ainda impera no Partido dos Trabalhadores pernambucano.
“O desejo do nosso candidato (o advogado Bruno Ribeiro) é fazer um debate elevado, discutir propostas para fortalecer o partido e não fazer debate às custas de ataques pessoais”, afirmou Costa. A desunião interna do PT ficou evidente no primeiro semestre de 2012. Para definir o candidato no pleito municipal do Recife, o partido realizou uma prévia partidária disputada entre o então prefeito João da Costa (PT) e o deputado federal Maurício Rands, apoiado por Humberto Costa, pelo governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), e pelo ex-prefeito da Capital João Paulo, este último, o principal desafeto político de João da Costa.
Diante de um clima com intensas trocas de farpas, chegando, inclusive, a ataques pessoas, a Direção Nacional do PT cancelou disputa interna e resolveu apresentar o senador Humberto Costa como candidato oficial do partido, tendo como vice João Paulo, principal desafeto da João da Costa. De lá para cá, o Partido dos Trabalhadores teve de lidar com dificuldades até para realizar uma reunião a fim de apaziguar os ânimos dentro da legenda. Mas para Humberto, a postulação da presidente Dilma será um fator crucial rumo à união dentro do PT em prol da reeleição da petista.
“A candidatura da presidente Dilma é referência para todos os integrantes do partido”, disse. O parlamentar não descartou a possibilidade de o PT ter postulação própria. “Vamos ter a eleição da nova direção e, depois, definir os rumos que o PT vai tomar: se vai ter candidato próprio ou se vai apoiar outro candidato”, complementou.
Caso tenha postulação própria, o nome mais cotado é do deputado federal João Paulo. Se for apoiar outro candidato, os petistas deverão integrar o mesmo palanque do senador Armando Monteiro (PTB), que já dialogou com integrantes do PT no estado sobre o pleito 2014.
Carta à Direção Nacional do PMDB
O prefeito de Petrolina, Júlio Lóssio (PMDB), justiçou, por meio de carta entregue ao presidente nacional da legenda, senador Valdir Raupp (RO), os motivos que explicam o porquê de o partido ter o gestor como candidato ao Governo de Pernambuco em 2014. De acordo com o prefeito, o PMDB “é, sem dúvida, dentre todos os partidos brasileiros, o grande guardião de nossa democracia”.
“Sua história, suas lideranças e, sobretudo, o grande apoio popular demonstrado nas urnas durante todos esses anos, trazem-nos a certeza de que a participação do Partido como ator principal dos processos eleitorais é fundamental para a manutenção de nossa força partidária”, declarou.
Em tese, a candidatura de Lóssio não será bem vista pelo senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), seu “inimigo” dentro da legenda. Mesmo diante de uma relação não muito amistosa com o ex-governador de Pernambuco, Lóssio diz que, a partir do Governo Jarbas, “Pernambuco iniciou um novo ciclo de desenvolvimento econômico, embora ainda apresente grandes desigualdades”. Mas, na avaliação do prefeito, a “política se faz em ciclos” e, por isso, é necessário que surjam novas lideranças peemedebistas no estado.
“Como Prefeito da principal cidade governada pelo nosso partido e na condição de prefeito reeleito, mesmo tendo enfrentado a força do Governo Estadual e parte do Governo Federal, gostaria de trazer a público e ao nosso partido o nosso interesse de participar do pleito eleitoral de 2014”, afirmou Lóssio. “Acredito que o PMDB, pela sua história em Pernambuco, pela sua força nacional e, sobretudo, pela necessidade de se reerguer em nosso Estado, deve participar majoritariamente do pleito que se aproxima”, acrescentou.