Levantamento feito pelo Diário do Poder na última quarta-feira (28) revelou que o PT foi o partido que mais boicotou a cassação do deputado ladrão Natan Donadon (sem partido-RO), que foi preso por surrupiar R$ 8,4 milhões da Assembleia de Rondônia. Ainda assim, parlamentares do partido tem ido à tribuna para defender o fim do voto secreto em caso de cassação de mandato.
Nesta sexta-feira (30) foi a vez do senador Paulo Paim (PT-RS) que criticou a Câmara dos Deputados pelo vexame histórico e pediu a imediata aprovação da PEC que defende o voto aberto em todas as situações. “O voto secreto é que permite esse tipo de barbaridade”, afirmou. “Como é que nós não temos coragem de acabar de uma vez pro todas com o voto secreto?”, questionou.
Donadon foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 13 anos de prisão. Ele está recluso na penitenciária da Papuda, em Brasília, e impedido, portanto, de atuar no Congresso. Ainda assim, os colegas decidiram mantê-lo no cargo – jogando não só o dinheiro público pelo ralo, mas também a pouca dignidade que a Casa ainda tinha.
Para amenizar a vergonha, o presidente da Câmara Henrique Alves determinou o afastamento de Donadon, o que acabou com a chances de ele ser cassado. Conforme antecipado pela Coluna Cláudio Humberto, a posse do suplente Amir Lando (PMDB-RO) deu licença garantida por prazo indeterminado ao ladrão e o afastou de ser enquadrado pelo artigo 55 da Constituição, que determina perda de mandato em caso de faltar a um terço das sessões ordinárias da Casa.