PTB cogita a possibilidade de expulsar rebeldes


    Os deputados estaduais do PTB pernambucano pareceram ter um dia ressacado, na última terça (21), como informou o Diário de Pernambuco. Para a sessão da Assembleia, foram apenas dois dos nove integrantes da bancada do senador Armando Monteiro Neto, única governista a votar contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que permite a reeleição para os cargos da Mesa Diretora da Casa. A matéria teria simpatia do governador Eduardo Campos (PSB), padrinho político de Monteiro na eleição de 2010. Insatisfeitos com o resultado da votação, os dirigentes do partido não descartam a expulsão dos deputados “desobedientes”.
Sobre estremecimentos na relação entre os dois partidos, o discurso foi o mesmo para os dois lados: “vamos esperar a poeira baixar”. A frase foi usada tanto pelo líder do governo na Assembleia Legislativa de Pernambuco, Waldemar Borges (PSB), quanto pelo secretário estadual do PTB, o deputado estadual José Humberto Cavalcanti. Indagado sobre o que tinha nessa “poeira”, Borges retrucou: “Fica um pouco do embate. Não foi tanto, mas….”
Armando Monteiro preferiu guardar o silêncio e coube ao deputado José Humberto desmentir rompimentos entre as bancadas. Para isso, lembrou que o PTB continua na base governista e “votando os projetos do governo”. “Acredito que o governo é maduro para não levar esse assunto adiante”, completou.
Os dois se falaram por telefone também ontem. “Comentei com ele (Armando) as coisas daqui. Mantivemos uma posição e nos satisfizemos com ela. É evidente que não foi o ideal”, avaliou o deputado. Dos nove integrantes da bancada petebista, três desobedeceram a orientação de votar contra a Emenda: Everaldo Cabral, Clodoaldo Magalhães e Francismar Pontes.
Minutos antes da votação havia sido distribuída uma carta, mencionando o risco de “expulsão” em caso de “desobediência”. De acordo com José Humberto, a Executiva do partido deve se reunir na próxima semana para decidir o futuro dos três deputados. Em seguida será feita uma reunião com a bancada. Ele, porém, disse crer que a expulsão se concretize, mas destacou: “Não é uma decisão minha”.
Ao avaliar sua atuação durante a tramitação da PEC da reeleição, o líder de governo Waldemar Borges classificou-a como discreta e bem-sucedida. “Cada passo, cada movimento, foi articulado com a área política do governo, sobretudo no que se refere ao respeito ao poder Legislativo”. Há algumas semanas, ele havia recebido críticas de pessoas ligadas ao governo pela forma como vem representando o grupo na Assembleia.

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