Professores da Univasf divulgam manifesto contra a lentidão nas obras da ponte

 

 

Na manhã de hoje os professores Deranor Gomes e Paulo Oliveira, em companhia do advogado Jaime Badega Filho, estiveram no programa Farnésio Silva, da rádio tropical Sat, oportunidade em que fizeram a apresentaram uma carta aberta ao povo são franciscano intitulada de “Nem Ponte nem Vapor”. No documento, o trio defende a criação de uma nova ponte ligando Juazeiro a Petrolina. Em um dos trechos da carta os autores destacam a audiência pública realizada na Câmara de Juazeiro para tratar dos engarrafamentos da ponte Presidente Dutra que, segundo eles, “há 10 anos atormenta o povo do Brasil inteiro e, em especial, nós juazeirenses e petrolinenses com uma obra de apenas 800 metros de duplicação que parece não ter fim”.



Os três defendem que a solução do trânsito entre as duas cidades não está em medidas que visam solucionar os efeitos e sim a causa dos problemas.  “Qualquer tentativa nesse momento de acabar com o engarrafamento é uma medida paliativa, assim como construir rampas provisórias de acesso. Embora sejam boas as intenções de atenuar o constrangimento e os prejuízos causados à população, a proposta só nos remete a duas coisas: a primeira é retroceder Juazeiro à década de 50, quando havia as famigeradas rampas e a segunda é gerar uma espécie de acomodação dos responsáveis pela sua construção e o problema se arrastar por mais algumas décadas”, aponta a carta. 


Leia a carta aberta na íntegra.  





Carta Aberta ao Povo São Franciscano

Nem Ponte nem Vapor

Deranor Gomes – Professor Jaime Badeca Filho – Advogado     Paulo Oliveira – Professor

Quem não conhece Juazeiro (BA) ou Petrolina (PE)?



O Vale do São Francisco é conhecido nacional e internacionalmente, quer seja pela sua vasta coleção cultural, como João Gilberto, Ivete Sangalo, Geraldo Azevedo, Preta Pretinha; pelo futebol de Luis Pereira e Daniel Alves; pela sua importância econômica representada pela fruticultura irrigada e a vitivinicultura, da ovinocaprinocultura, das belezas naturais do “Velho Chico”, enfim, de tantas outras coisas que enobrecem essa Terra.



Pois, muito bem. Outro dia tivemos a iniciativa da Câmara Municipal de Juazeiro promovendo uma Audiência Pública para tratar do engarrafamento da Ponte Presidente Dutra, que durante quase 10 anos atormenta o povo do Brasil inteiro e, em especial, nós juazeirenses e petrolinenses com uma obra de apenas 800 metros de duplicação que parece não ter fim.
Entendemos que discutir o engarrafamento é apenas discutir a ponta do iceberg. É preciso mais. É preciso atacar o problema na sua causa e não no seu efeito. Qualquer tentativa nesse momento de acabar com o engarrafamento é uma medida paliativa, assim como construir rampas provisórias de acesso. Embora sejam boas as intenções de atenuar o constrangimento e os prejuízos causados à população, a proposta só nos remete a duas coisas: a primeira é retroceder Juazeiro à década de 50, quando havia as famigeradas rampas e a segunda é gerar uma espécie de acomodação dos responsáveis pela sua construção e o problema se arrastar por mais algumas décadas.



Do lado de Juazeiro temos a tradição de substituir o planejamento pela improvisação e tornar definitivo o que deveria ser provisório. Em matéria de urbanismo Juazeiro tem obedecido ao fenômeno da “geração espontânea”, com crescimento desordenado e atrofiado. O acesso à Presidente Dutra é típico dessa cultura, que resultou no caos viário que hoje se verifica.



O que fazer então? Essa é a pergunta que carece de uma resposta imediata e ao que tudo indica estamos procurando em lugares que não vamos encontrar, por que a resposta e a responsabilidade estão em cada um de nós. É preciso, a partir dessa iniciativa dos vereadores, ampliarmos a discussão e convocar todos os atores de todos os setores de Juazeiro e Petrolina, quiçá da Bahia e do Pernambuco, por que o problema não é apenas nosso, é do Nordeste e do Brasil.


Então, vamos lá! Precisamos do Exército Brasileiro, da Polícia Federal, da Rodoviária, das Polícias Militares da Bahia e do Pernambuco, das Guardas Municipais de Juazeiro e Petrolina, por entendermos que a Ponte é uma questão de Segurança Nacional.



 Precisamos da força política da base aliada e da oposição ao governo federal na Bahia e no Pernambuco: Governadores, Prefeitos, Deputados, Vereadores. Embora a responsabilidade maior seja do Governo Federal as forças locais podem impulsionar esse processo.
 Este cenário não pode prescindir dos “caras pintadas” que um dia derrubaram um Presidente da República, sindicatos, empresários do Agronegócio, CDLs, Lions, Maçonarias, Rotarys, Associações de classe, OAB, ABI Regional Norte.
 A grandeza deste movimento requer as bênçãos de Padres, Bispos e Pastores. Precisamos dessa forte oração.
 A Academia: Univasf, IF Sertão, Uneb, Upe, Fasj e Facape têm muito a contribuir por meio da excelência de seus conhecimentos, colocando-se à disposição da sociedade na busca de soluções .
 Os bravos e incansáveis lutadores da justiça e da igualdade, os movimentos sociais, são imprescindíveis, por sua capacidade de articulação e mobilização.
 É desnecessário afirmar que a nossa imprensa local e regional podem contribuir como caixa de ressonância da insatisfação geral com esse estado de coisas, projetando até Brasília esse clamor popular.
 Ministério Público Federal, Pólo Petrolina e Juazeiro, Ministérios Públicos Estaduais da Bahia e Pernambuco certamente poderão fortalecer esta ação de cidadania e civismo.



Entendendo que a responsabilidade é de todos, precisamos agir. Sugerimos outro encontro com a participação de todas as autoridades constituídas e a sociedade civil do Vale do São Francisco, não mais na Casa do Povo Aprígio Duarte Filho (Câmara de Vereadores de Juazeiro ), mas num espaço ampliado.Por que não aproveitarmos a vinda da Presidenta Dilma à região e caminharmos sobre a Ponte do Povo, por meia ou uma hora, num movimento organizado, ordeiro, civilizado,de forma parceira, sem atrapalhar a vida de ninguém, que chame a atenção nacional ,e, com muita firmeza, exigirmos a construção imediata do anel viário, inclusive com nova ponte para o transporte pesado e não de ações imediatistas e paliativas.



As duas cidades, Juazeiro e Petrolina, bimotor potente e turbinado da economia do Novo Nordeste, precisam de atitude e não devem permitir que o seu protagonismo político e sua importância econômica sejam ofuscados por ” soluções ” inócuas e tímidas.

 

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