Recentemente, um cientista da NASA apresentou uma teoria que pode lançar nova luz sobre um dos mistérios mais antigos da história: a origem da Estrela de Belém, mencionada no Evangelho segundo Mateus como o astro que teria guiado os Magos até o local de nascimento de Jesus. De acordo com o estudo, um cometa relatado em registros astronômicos chineses datados de 5 a.C. seria o melhor candidato natural já proposto para esse fenômeno.
Segundo a pesquisa, o cometa teria ficado visível por cerca de 70 dias, tempo compatível com relatos de antigos observadores e com a duração da viagem dos Magos. Mais interessante ainda: ao reconstruir a órbita com base nas descrições antigas, o cientista concluiu que o cometa poderia ter se aproximado bastante da Terra — a uma distância comparável à da Lua — e, por um breve período, exibido um movimento aparente tão lento ou parado no céu que, para quem observava da Terra, pareceria estar “sobre” a região de Belém. Esse comportamento — chamado no estudo de “movimento geossíncrono temporário” — poderia explicar a narrativa de que a estrela “foi adiante” dos Magos e depois “pousou” exatamente sobre o local do nascimento.
Estrela?
Embora não seja uma prova definitiva de que o cometa observado no século I foi a Estrela de Belém, a hipótese combina dados astronômicos, registros históricos e modelagens orbitais de forma inédita. Isso coloca o cometa como a explicação natural mais coerente já apresentada, desafiando outras teorias que vinham sendo consideradas há séculos — como conjunções planetárias, novas estelares, supernovas ou eventos celestes raros.
Especialistas em astronomia e história bíblica analisam a proposta com cautela: por um lado, admitem que o estudo possui méritos científicos e alinhamento impressionante com o relato antigo; por outro, lembram que documentos da época são escassos e interpretá-los como evidência concreta exige prudência. Mesmo assim, o trabalho reacende o debate sobre o quanto fenômenos naturais podem ter inspirado narrativas religiosas e mitológicas — e como ciência e tradição, em certos momentos, podem convergir.
Se confirmada, a hipótese do cometa aproximaria uma lenda milenar aos céus observáveis, oferecendo uma ponte entre fé, história e evidência astronômica. Independentemente do veredito final, a proposta renova a curiosidade sobre o passado e estimula a busca por mais dados que iluminem a origem de um dos maiores símbolos do Natal.