Ao menos 64 corpos são levados por moradores para praça na Penha; total de mortos após megaoperação chega a 128

Por Betinho Casas Novas, Eduardo PierreRafael Nascimento, g1 Rio

  • Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram pelo menos 64 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29).

  • O governo do RJ afirmou nesta terça-feira (28) que 60 homens foram mortos durante a megaoperação na Penha e no Alemão — outros 4 policiais também morreram.

  • Até a última atualização desta reportagem, não se sabia se os corpos levados para o asfalto nesta manhã constam dessa contabilidade ou se são de outros, o que elevaria o número de óbitos.

  • O g1 apurou ainda que os corpos estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes. Moradores afirmaram que ainda há muitos mortos no alto do morro.

Dezenas de corpos são levados por moradores para praça no dia seguinte a operação no Rio

Dezenas de corpos são levados por moradores para praça no dia seguinte a operação no Rio

Moradores do Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, levaram pelo menos 64 corpos para a Praça São Lucas, na Estrada José Rucas, uma das principais da região, ao longo da madrugada desta quarta-feira (29), o dia seguinte à operação mais letal da história do RJ.

Desde terça (28), já são 128 mortes. O último balanço divulgado pelo governo do RJ dava conta de 60 criminosos e 4 policiais civis e militares mortos. Os corpos levados à praça não constavam dos números oficiais, informou o secretário da PM, coronel Marcelo de Menezes Nogueira, nesta quarta.

Haverá uma perícia para confirmar se há relação entre essas mortes e a operação.

🔴 AO VIVO: Acompanhe as últimas informações do Rio de Janeiro

Atenção, imagens fortes — Foto: Reprodução

Atenção, imagens fortes — Foto: Reprodução

Imagem de drone mostra corpos levados a praça no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 29 de outubro de 2025 — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Imagem de drone mostra corpos levados a praça no Complexo da Penha, na Zona Norte do Rio de Janeiro, no dia 29 de outubro de 2025 — Foto: Ricardo Moraes/Reuters

Reconhecimento na praça

g1 apurou ainda que os corpos, todos de homens, estavam na área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, onde se concentraram os confrontos entre as forças de segurança e traficantes.

O ativista Raull Santiago é um dos que ajudaram a retirar os corpos da mata. “Em 36 anos de favela, passando por várias operações e chacinas, eu nunca vi nada parecido com o que estou vendo hoje. É algo novo. Brutal e violento num nível desconhecido”, disse.

Segundo apurou o g1, o objetivo do traslado dos corpos até a praça foi para facilitar o reconhecimento por parentes. Moradores os deixaram sem camisa para agilizar esse processo, a fim de deixar à mostra tatuagens, cicatrizes e marcas de nascença.

Muitos dos mortos tinham feridas a bala – alguns estavam com o rosto desfigurado.

Depois, a Polícia Civil informou que o atendimento às famílias para o reconhecimento oficial ocorrerá no prédio do Detran localizado ao lado do Instituto Médico-Legal (IML) do Centro do Rio, a partir das 8h.

Nesse período, o acesso ao IML será restrito à Polícia Civil e ao Ministério Público, que realizam os exames necessários. As demais necropsias, sem relação com a operação, serão feitas no IML de Niterói.

INFOGRÁFICO: veja onde se concentraram os confrontos no Rio durante megaoperação — Foto: Arte g1

INFOGRÁFICO: veja onde se concentraram os confrontos no Rio durante megaoperação — Foto: Arte g1

Corpos largados em hospital

Mais cedo, moradores transportaram 6 corpos em uma Kombi para o Hospital Estadual Getúlio Vargas.

Corpos são levados para praça na Penha — Foto: Betinho Casas Novas/g1

Corpos são levados para praça na Penha — Foto: Betinho Casas Novas/g1

Foto mostra corpos colocados em praça no Complexo da Penha, no dia seguinte à operação mais letal da história do RJ — Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo

Foto mostra corpos colocados em praça no Complexo da Penha, no dia seguinte à operação mais letal da história do RJ — Foto: AP Photo/Silvia Izquierdo

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *