Em nota, reitor torna pública a situação de penúria orçamentária da Univasf e seus efeitos

Como já amplamente divulgado pela Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) e por outras entidades que acompanham de perto o financiamento da educação superior brasileira, as universidades federais vêm enfrentando uma redução significativa em suas dotações orçamentárias na última década.

Mesmo com esforços recentes do Ministério da Educação (MEC), a partir de 2023, essa crise se agravou devido a cortes na transição entre o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) e a Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2025, aprovada pelo Congresso Nacional apenas em 20 de março e sancionada pelo presidente da República em 10 de abril do corrente ano. Essas perdas impactaram bastante a capacidade de planejamento e execução orçamentária das universidades.

Na Univasf, desde o ano passado, a Reitoria tem buscado equilibrar receitas e despesas. Para isso, apresentou aos Conselhos Superiores um plano de contingência que visa reduzir em quase 11 milhões de reais as despesas correntes, garantindo o funcionamento mínimo das atividades acadêmicas e administrativas, além de apoiar a permanência dos nossos estudantes.

No entanto, o atraso na aprovação da LOA 2025, aliado ao Decreto nº 12.448, de 30 de abril de 2025, que restringiu a execução orçamentária ao limitar a liberação de recursos a apenas 1/18 avos por mês, vem dificultando a implementação desse plano. Essa situação compromete o pagamento de contratos vigentes, podendo gerar inadimplência, paralisação de serviços essenciais e até demandas judiciais.

O Decreto nº 12.448 impõe a liberação mensal de apenas 5,56% dos limites para empenho de janeiro a novembro, reservando 38,84% para dezembro de 2025. Essa medida afeta especialmente instituições que têm restos a pagar de 2024, como é o caso da Univasf.

Diante desse cenário, além das ações de contingenciamento já anunciadas, a Reitoria precisará adotar medidas adicionais de redução de despesas, como suspender deslocamentos que impliquem custos com passagens aéreas, diárias e combustível, até que o orçamento seja plenamente liberado. Além disso, contratos de mão de obra com dedicação exclusiva, como serviços de manutenção, apoio administrativo, motoristas e vigilância, poderão sofrer novas reduções caso o Decreto nº 12.448 não seja alterado imediatamente.

A Reitoria da Univasf tem mantido permanente diálogo com as empresas contratadas para dar as garantias possíveis para a manutenção dos serviços prestados à Instituição e a regularização dos pagamentos dos salários dos nossos colaboradores terceirizados. Da mesma forma, vem dialogando com o MEC, a Andifes e parlamentares para buscar soluções políticas para essa crise.

Pedimos a compreensão de toda a nossa comunidade acadêmica e da sociedade em geral e convocamos todos a se unirem nesta luta pela recomposição imediata do orçamento das universidades federais.

Petrolina, 15 de maio de 2025

Telio Nobre Leite

Reitor da Univasf

One thought on “Em nota, reitor torna pública a situação de penúria orçamentária da Univasf e seus efeitos

  1. A situação das universidades e Institutos Federais é crítica e coloca os gestores numa situação extremamente díficil e constrangedora perante os colaboradores terceirizados e a sociedade.
    Sabemos sobre o bom caráter e esforço do Reitor, um homem honrado e comprimetido com a educação, porém não pode expressar o que o coração deseja, que é falar a verdade sobre a falência da Univasf.
    A população tem que entender que esses fatores foram gerados ela mesma no dia das eleições. E não foi por falta de aviso.
    Sei que esse comentário não será publicado, mas não dá para ficar calado vendo o sofrimento dos terceirizados e alunos prejudicados. Até entendo a não publicação, afinal o chicote oficial poderá se virar contra o blog.
    Triste Brasil. Agora é ficarmos sentados no fundo do poço olhando para cima desviando das pedras que caem nesse salve-se quem puder.

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