Além do enfrentamento ao racismo religioso, os representantes devem sugerir outros mecanismos de acesso a direitos. Das 14 comunidades quilombolas ligadas a Juazeiro, apenas três possuem certificação de posse da terra.
As localidades enfrentam disputas por território, falta de acesso a obras de infraestrutura — como fornecimento adequado de água e energia elétrica — e ausência de políticas específicas de educação quilombola. Os dados são de estudos realizados pelas professoras Márcia Guena e Céres Santos, da Universidade do Estado da Bahia (UNEB).
A Pré-Conferência será realizada no auditório do Colégio Modelo Luís Eduardo Magalhães, localizado em frente à Rodoviária de Juazeiro, às 9h. Participam da mesa de debate a Yakekere do terreiro Ilê Axé Onyndancor, mãe Edna Rosa; o representante da comunidade quilombola de Lagoinhas, José Henrique Santos Souza; a representante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ), Lindsey Barbosa; e Iuana Louise Santos, coordenadora do Centro Integrado de Atendimento à Mulher (CIAM).
Os terreiros de religiões de matriz africana são os que mais registram casos de racismo religioso, assim como seus praticantes. Em Juazeiro, há registros recorrentes. Os mais recentes foram contra o terreiro Ilê Abasy de Oiá Gnan, no bairro do Quidé, liderado pela Yalorixá Adelaide Santos (in memoriam), e o Abaçá Kaiango Macuajô, de pai Bimbo, no bairro Tabuleiro.