Crusoé –
O Candida auris é um fungo que tem chamado a atenção das autoridades de saúde em todo o mundo devido à sua resistência a medicamentos antifúngicos convencionais. Descoberto pela primeira vez no Japão em 2009, o fungo rapidamente se espalhou para diversos continentes, exceto a Antártica. Este micro-organismo é conhecido por causar infecções invasivas, que podem ser fatais, especialmente em pacientes hospitalizados ou com o sistema imunológico comprometido.
O que torna o Candida auris particularmente preocupante é sua capacidade de sobreviver em ambientes hospitalares e resistir a tratamentos antifúngicos. Estudos indicam que até 90% dos isolados de C. auris são resistentes a medicamentos como fluconazol, anfotericina B e equinocandinas. Essa resistência dificulta o tratamento das infecções, aumentando a mortalidade e os custos hospitalares.
Como o Candida auris está impactando o Brasil em 2025?
Em 2025, o Brasil enfrenta dois surtos significativos de Candida auris, concentrados nos estados de São Paulo e Pernambuco. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) expressou preocupação com a possibilidade de disseminação do fungo em serviços de saúde, destacando a dificuldade de erradicar o micro-organismo do ambiente hospitalar. Desde o primeiro caso registrado no país em 2020, já foram identificados 114 casos de infecção por C. auris.
Em Pernambuco, o Hospital Otávio de Freitas está monitorando quatro pacientes infectados, enquanto em São Paulo, o Hospital do Servidor Público Estadual identificou 15 pessoas que tiveram contato com o fungo. Embora nenhum dos pacientes em São Paulo tenha desenvolvido a infecção, a situação exige vigilância constante para evitar novos surtos.
Quais são os desafios no controle do Candida auris?
O controle do Candida auris em ambientes hospitalares é desafiador devido à sua resistência a desinfetantes comuns e à dificuldade de identificação em muitos laboratórios. A Anvisa alerta que surtos em serviços de saúde são difíceis de conter, exigindo métodos especializados para a detecção do fungo. Isso se torna um problema ainda maior em países onde os recursos laboratoriais são limitados.
Além disso, o fungo pode sobreviver em superfícies por longos períodos, aumentando o risco de transmissão entre pacientes. A implementação de medidas rigorosas de controle de infecção, como a higienização adequada das mãos e o uso de equipamentos de proteção individual, é crucial para prevenir a disseminação do C. auris.
Quais medidas estão sendo tomadas para combater o Candida auris?
Para combater o Candida auris, as autoridades de saúde estão intensificando os esforços de vigilância e controle de infecções. Isso inclui a capacitação de profissionais de saúde para a identificação precoce do fungo e a implementação de protocolos rigorosos de limpeza e desinfecção em hospitais. Além disso, a pesquisa contínua para o desenvolvimento de novos tratamentos antifúngicos é essencial para enfrentar a resistência do C. auris.
O compartilhamento de informações entre países e instituições de saúde também é fundamental para entender melhor o comportamento do fungo e desenvolver estratégias eficazes de controle. A colaboração internacional pode ajudar a mitigar o impacto do Candida auris na saúde pública global.