“Arapiraca Estrela Radiosa” : 99 anos de “Esplendor e de encantos mil”. Uma Ode a terra de Manoel André

Farnésio Silva

Arapiraca, a segunda maior cidade de Alagoas, comemora neste dia 30 de outubro, seus 99 anos de emancipação política. A cidade, que se originou como um povoado no século XIX, e pertencia ao municipio de Limoeiro de Anadia,  cresceu rapidamente ao longo do século XX e se tornou um importante centro econômico e cultural do estado.

Salve Arapiraca da minha infância e do meu crescimento pessoal e intelectual, da formação da minha base de conhecimento para enfretamento dos novos tempos que viriam. Deixei minha querida Arapiraca no dia 1º de janeiro de 1980 para ganhar o mundo.

Em novembro de 1979, deixava Rádio Novo Nordeste, alicerce e pilar na construção de minha identidade profissional. Na busca de novos horizontes, orientado pelo amigo Max (discos), fui pra  Garanhuns, na Rádio Jornal, onde coloquei em evidência tudo que aprendi na Rádio Novo Nordeste com os gabaritados Carlinhos, um dos maiores plantonistas esportivos que conheci; Assis Gondim, Nélson Filho, Jota Sá e outros magistrais profissionais além do meu querido amigo e orientador, Mestre Seba.

Que saudades do MOCE, Movimento Cultural Estudantil, tribuna permanente de debates, troca de conhecimentos e agitação cultural, por onde passaram grandes nomes da intelectualidade arapiraquense dos anos 1970/80.

A história de Arapiraca não pode deixar de resgatar alguns nomes de pessoas folclóricas, que inundaram nosso imaginário, com gostosas lembranças:

“Miguel Mim da um Pão” –  era uma firgura que morava na estrada do Porco, próximo a Serra da Microondas e quando criança ao passar gritávamos “Miguel Mim da um Pão”, o que fazia com que ele saísse de dentro de casa enfurecido gritando impropérios contra a meninada, o que era muito divirtido…

“Dez” – esse era muito famoso nos dias de feira, no centro da cidade, onde a todos ele estirava a mão e pedia, ‘mim dá dez’, pra tomar uns goles de Chora na Rampa…

Japão – figura muito querida, com traços asiáticos, era figura premiada na feira, com sua carrocinha para fazer o frete. Japão foi adotado juntamente com sua parceira, que como ele tinha espectro autista, pela família de seu Abílio, famoso pela qualidade de seus utensílios feitos de couro, gente muito fina, e que morava na Florêncio Apolinário, mesma rua em que nasci, cresci e ainda hoje moram minhas irmãs.

Sem deixar de reverenciar figuras como os professores José de Oliveira, Benildo; professor Lourenço pai do amigo e compadre de São João Sussu (Jaçuamin), sempre de terno e seu indefectível cigarro entre os lábios; Professor Pedro Reys (autor da letra do hino de Arapiraca) e o maestro Nélson Palmeira, compositor da música do hino, com quem tive privilégio de conviver, vez que eramos vizinhos e participei de sua Banda SOM 7. Destaco ainda as belas lembranças do  Dr Moacir Teóffilo e do Colégio Bom Conselho e o professor Benildo, figuras destacadas na educação de milhares de arapiraquenses,e que são notáveis merecedores de monumentos, para que as novas gerações saibam o que eles fizeram.

Essas são apenas algumas das dezenas de várias figuras destaques na Arapiraca doutros tempos e de hoje, a exemplo do Trio Zé Alexandre (Coringa) Louro do Feijão e Aurelino Barbosa (Super Bom), que deram novo norte na economia da cidade, com suas visões empresárias além das fronteiras fumageiras, diversificando seu investimentos em novos setores, num tempo em que as coisas eram muito provincianas. Eles modernizaram o pensamento e atitude daqueles que queriam construir uma nova cidade. Que outros nomes sejam lembrados e reverenciados

Arapiraca Capital do fumo. Primeiros anos

A história de Arapiraca começa no século XIX, quando o povoado de Arapiraca foi fundado por um grupo de famílias que migraram da região do Vale do São Francisco. O povoado foi inicialmente chamado de “Fazenda das Arapiracas”, em referência às árvores que eram abundantes na região.

No início do século XX, Arapiraca começou a se desenvolver rapidamente. A construção da estrada de ferro entre Maceió e Palmeira dos Índios, em 1914, facilitou o transporte de mercadorias e pessoas para a cidade. Além disso, a exploração da caatinga para a produção de carvão vegetal e madeira também contribuiu para o crescimento de Arapiraca.

O período de emancipação

Em 1924, Arapiraca foi elevada à categoria de município. A emancipação política foi um marco importante na história da cidade, que passou a ter autonomia para administrar seus próprios recursos e tomar suas próprias decisões.

O desenvolvimento econômico

No século XX, Arapiraca continuou a crescer e se desenvolver, principalmente através da cultura fumageira, ficando nacionalmente conhecida com a capital do fumo. A cidade se tornou um importante centro de comércio e indústria, com destaque para a produção e beneficiamento do fumo, calçados, alimentos e bebidas. Além disso, Arapiraca também se tornou um importante polo turístico, com atrações como o Parque Municipal Dois Irmãos e o Lago da Perucaba.

Os desafios do século XXI

No século XXI, Arapiraca enfrenta alguns desafios, como a desigualdade social e a violência urbana. No entanto, a cidade também tem grandes oportunidades de crescimento, como a expansão do setor de serviços e o desenvolvimento do turismo sustentável.

Os 99 anos de Arapiraca

Em 2023, Arapiraca comemora seus 99 anos de emancipação política. A cidade é uma das mais importantes de Alagoas e tem um futuro promissor.

Alguns marcos importantes na história de Arapiraca

  • 1880: Fundação do povoado de Arapiraca
  • 1914: Construção da estrada de ferro entre Maceió e Palmeira dos Índios
  • 1924: Emancipação política de Arapiraca
  • 1980: Inauguração do Lago da Perucaba
  • 2023: Arapiraca completa 99 anos de emancipação política

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