RESTRINGIR A EMBRAPA/SEMIÁRIDO À ÁREA IRRIGADA É UM RETROCESSO

*Pedro Alcântara

blogqsppedroaslcantara0 Foto Farnésio sislvaA Embrapa Semiárido, criada em 23 de junho de 1975, ainda com o nome de Centro de Pesquisa Agropecuária do Trópico Semiárido (CPATSA), tem por finalidade promover o desenvolvimento rural do Semiárido brasileiro.

Desde a sua criação, a empresa presta fundamental auxílio para a eficiência produtiva do setor agropecuário, diminuindo os custos de produção e diversificando os gêneros alimentícios, através de tecnologias que tenham viabilidade econômica.

A Embrapa semiárido, com sua atuação, causa impactos sociais positivos, mantendo a população rural na região, diminuindo de forma incisiva o êxodo rural e a pobreza. Por tudo isso, considero um equívoco a Embrapa priorizar a área irrigada do semiárido nordestino.

O semiário brasileiro conta com uma área geográfica de 969.853 Km², segundo critérios determinados pela portaria interministerial de 09 de março de 2005, que passou a considerar que o semiário corresponde à região onde haja uma incidência de precipitação pluviométrica inferior a 800 milímetros por ano e um risco de seca maior que 60%.

A área irrigada corresponde, apenas, a 0,6% da região semiárida, enquanto a maioria da população se concentra nos outros 99,4%. Restringir a atuação da Embrapa, portanto, é impedir que uma grande massa da população do semiário nordestino tenha acesso a pesquisas fundamentais para a sua permanência na região.

É retroceder em algo que está dando certo e que foi fundamental para que deixássemos de pensar em combate à seca e começássemos a propor ações de convivência com esse fenômeno climático.

*Pedro Alcântara é Chefe de Gabinete da Secretaria Estadual de Relações Institucionais e ex-deputado estadual

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