Juazeiro é uma das cidades mais incríveis do Estado da Bahia, bem divulgada fora do eixo sertanejo e com uma imagem turística e cultural de forma tão poderosa que só vindo aqui e morando aqui para confirmar.
Há poucos meses se acendeu a chama da mudança “inaugurando” um novo tempo de “resgate da cultura” que vem sendo sequestrada faz mais de século, e nessa chama também acendeu a vontade de desenterrar o Chá das 5, importante na época em que foi realizado e, diga-se de passagem, com esforço e empenho dos organizadores e dos artistas voluntários participantes, não do Poder Público, além de outras ações mais de resgate de que de significância cultural.
Alí estava uma ação cultural que não se alcançou até hoje, mas ficou na memória mesmo. Nesses verdes campos temporais, se suscitou os famosos projetos de cultura menos teóricos, menos reais e de altos voos imaginários. Um grande Planejamento, e há quem diga que foi feito na base do copiou colou, foi feito apresentando as ações e metas para a Gestão da Cultura dos quatro anos. Até aí tudo bem, boa cola, boas propostas, mas garantia nenhuma. Até mesmo as boas e velhas ideias, carecem de novos repensares, mas em Juazeiro, tudo continua mesmo como
quase sempre foi “um armengue na gestão cultural”, do primeiro ao último escalão.
Difícil pensar num “novo tempo de trabalho”, sem dar trabalho, e então vamos a ele:
Porque a Marcha para Jesus, está com mais possibilidade de acontecer e o Edital dos
Espetáculos Sacros, conquistado com muitíssima dificuldade, uma vez que aos distritos
pouquíssimas ações da cultura chegam? Fica uma dica: Se tem a possibilidade de
acontecer uma Marcha para Jesus e, diga-se de passagem, já com previsão de
orçamentária de R$ 100.000,00 (Cem mil reais) por que não um incentivo semelhante
para as religiões de Matrizes Africanas realizarem suas Marchas? Será que no processo
de resgate é mais interessante retomar a Via Sacra segregadora do centro, e que teimam
em dizer que é a da cidade e a que reúne numa comunhão, com divisão de cachês bem
diferentes o apostolado artístico da cidade a que é vendida como que mais da
visibilidade às ações culturais no Município?
A notícia que tem se espalhado como as
águas do Rio São Francisco nesses dias chuvosos, é que esse ano o Edital dos
Espetáculos sacros com previsão orçamentária de R$ 60.000,00 (sessenta mil reais) que
mais tarde veio a sofrer uma redução do valor por ordem da prefeita, e que agora corre o
risco de não ser realizado por alegações da mesma que a cidade está passando por uma
calamidade, pandemia e não dispõe de recurso. Até então, o debate estava interno,
articulado para no final, a notícia chegar aos grupos de fazedores de espetáculos sacros
da sede e do interior e eles não tenham tempo de recorrerem da decisão.
A justificativa vem pronta e sem consulta pública, a mesma que há menos de dois meses
no réveillon colocou nos palcos alagados da cidade bandas como Desejo de Menina e
atualmente o Beach Tênnis e Futvolei com o apoio total da Prefeitura. Sem falar das
festas e paredões que acontecem em todo território do município, e que varam as noites
arregadas de bebidas sem o menor controle de público e sanitário por parte dessas
autoridades. As notícias correm e escorrem como água em Juá.
Esse documento é mesmo para convocar os fazedores de espetáculos sacros da sede e do interior, grupos
comunitários que pouco são assistidos pela Política Cultura da Cidade, ainda muito
centralizada, a se posicionarem caso essa decisão seja tomada. Também é preciso que se
abram bem os olhos para outros editais como o Usinas Culturais, o Festival de Teatro
Wellington Monteclaro não sejam suprimidos da Política Cultural vigente.
Mais ainda, aproveitar a oportunidade para também reclamar a aprovação do Plano Municipal de
Cultura.
Na “Juazeiro, terra amada, lutarei por teu progresso”, vamos ficar atentos, porque agora
a ameaça está começando com o Edital dos Espetáculos Sacros, amanhã pode ser com a
extinção do próprio órgão da cultura.
Excelentíssima Senhora Prefeita Suzana Ramos, nós queremos esclarecimentos sobre a
ameaça da não publicação do Edital dos Espetáculos Sacros.
Ascom
Associação Comunitária Cultural e Artística de Itamotinga – ACCARDI