COMO NASCEU O DIA INTERNACIONAL DA MULHER

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As mulheres no mundo, sempre foram discriminadas e, principalmente quando se tratava de correlação com atividades paralelas com os homens.

Oito de março foi celebrado como o Dia Internacional da Mulher, por reconhecimento à luta por direitos iguais para as mulheres, que passou a ganhar força, principalmente durante o fim do século XIX.

 Desde o ano de 1975, 8 de março é consagrado como o Dia Internacional da Mulher. Há controvérsia entre os historiadores quanto à verdadeira origem desse dia. Para uns, a data remete ao ano de 1857 quando operárias de uma indústria têxtil, na cidade de Nova York, entraram em greve, ocuparam o local de trabalho e fizeram reivindicações, como redução do horário de trabalho e equiparação salarial, pois as mulheres tinham salários inferiores aos dos homens.

As mulheres/operárias foram trancadas dentro da indústria e, os patrões, intencionalmente atearam fogo nessa fábrica. Sem possibilidades de saírem do local, cerca de 130 mulheres tecelões, morreram carbonizadas, sufocadas e queimadas, num ato totalmente desumano. Para outros, a origem da data é bem anterior.

 O primeiro Dia Nacional da Mulher foi celebrado em maio de 1908 nos Estados Unidos, quando cerca de 1500 mulheres aderiram a uma manifestação em prol da igualdade econômica e política no país. No ano seguinte, o Partido Socialista dos EUA oficializou a data como sendo 28 de fevereiro, com um protesto que reuniu mais de 3 mil pessoas no centro de Nova York e culminou, em novembro de 1909, em uma longa greve têxtil que fechou quase 500 fábricas americanas.

 Na II Conferência Internacional de Mulheres Socialistas, na Dinamarca, no ano de 1910, foi aprovada uma resolução para a criação de uma data anual para comemorar os direitos da mulher, tendo como objetivo honrar as lutas femininas e obter condições de implantar o direito a voto. Diversos protestos ocorreram com a Primeira Guerra Mundial (1914-1918) e no dia 8 de março de 1917 (23 de fevereiro no calendário Juliano, adotado pela Rússia até então), numa manifestação, que reuniu cerca de 90 mil operárias, contra Czar Nicolau II, em razão das más condições de trabalho, a fome e a participação russa na guerra, em um protesto conhecido como ‘Pão e Paz’, essa data consagrou-se, embora, somente no ano de 1921, foi oficializada como Dia Internacional da Mulher.

 No Brasil, a coisa não era diferente, aliás, os direitos das mulheres ainda hoje não são totalmente reconhecidos em relação aos direitos dos homens. Para se ter uma ideia, somente em 1932, no governo do Presidente Getúlio Vargas, isto é: há mais de 80 anos, é que as mulheres brasileiras conquistaram o direito de votar. Um ano depois, nas eleições de 1933, a doutora Carlota Pereira de Queirós foi eleita, tornando-se a primeira mulher deputada federal brasileira.

 Na época, esse direito foi obtido por meio do Código Eleitoral Provisório, de 24 de fevereiro de 1932. Mesmo assim, a conquista não foi completa. O código permitia apenas que mulheres casadas (com autorização do marido), viúvas e solteiras, com renda própria, pudessem votar e ser votadas.

 No final do último século, as mulheres começaram a governar algumas das centenas de nações do planeta, a exemplo do Chile, Alemanha, Argentina, e, no primeiro dia de 2011, o Brasil acordou com uma grande expectativa. O país estava todo voltado para a primeira grande notícia do ano. As ruas da capital nacional estavam tomadas pela multidão que carregava em seu semblante a emoção de presenciar um momento ímpar na história do país: a posse da primeira presidente do Brasil, Dilma Rousseff.

 Ainda em nosso país, há 07 anos, foi aprovada a Lei Maria da Penha, como resultado da grande luta pelos direitos da mulher, garantindo bons tratos dentro de casa, para que não sejam mais espancadas por seus companheiros ou que sirvam como escravas sexuais deles.

 Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões, cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para tentar diminuir e, quem sabe, um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, as mulheres ainda sofrem, em muitos locais, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.

Gonzaga Patriota é Contador, Advogado, Administrador de Empresas e jornalista. Pós-graduado em Ciência Política e Mestre em Ciência Política e Políticas Públicas e Governo e Doutorando em Direito Civil, pela Universidade Federal de Buenos Aires – Argentina. É Deputado desde 1982.

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