Osvaldo Coelho: um político por Vocação

 

Estamos inciando hoje, uma série de matérias enfocando a atividade do ex deputado Osvaldo Coelho. Uma das figuras políticas mais respeitadas pelo seu passado e conduta, o ex deputado Osvaldo Coelho é tido como uma das poucas fichas realmente limpas da política brasileira. Osvaldo Coelho concedeu uma entrevista ao BlogQSP, onde falou do seu engajamento no combate á pobreza no semi-árido brasileiro, bem como da sua trajetória política. “Sou um homem de uma aldeia, de uma luta, mais do que propriamente uma nacionalidade”, ressalta. O zelo no que se refere ás causas regionais, de acordo com Osvaldo, deve-se a sua criação.”Graças a Deus tive uma infância numa cidade pequena onde todos eram pobres, só quem não era é o meu pai. 

 

Por uma questão de viver num lugar de gente pobre, a minha infância toda foi com amizade com trabalhadores rurais e de armazém”. Isso foi um fator determinante para tentar mudar a realidade da região. “Convivia com eles, consegui me comprometer com a sua qualidade de vida, e aquilo nunca se apagou dos meus olhos, da minha rotina, da minha cabeça que aquela realidade não podia continuar. Tive essa vantagem sobre muitos políticos de hoje, que se formam em Chicago, na FGV (Fundação Getúlio Vargas), mas de vida cotidiana não sabem nada, então, eles não vão lutar pelo que não conhecem. Entendo isso perfeitamente”, afirmou.


Osvaldo Coelho lembrou dos seus projetos para trazer água á zona rural, de ligar os municípios locais ao resto do país através de estradas, e trazer o sinal de televisão para as cidades do interior. Sobre a última realização, que foi trazer a Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), ele a contextualiza numa das três ondas de desenvolvimento ocorridas na cidade. A primeira seria na época de Dom Malan, década de 1920, que repercutiu até os anos 1940. “Naquele tempo a gente votava em candidatos de recife a deputado federal, filhos de usineiros, senhores de engenho, professores universitários”, relembra.


No segundo ciclo, houve uma reforma política através de uma articulação entre os municípios de Santa Maria da boa vista, Ouricuri, Petrolina e Araripina para eleger um representante da região, alguém que entendesse dos problemas locais. A Univasf, segundo Osvaldo , estaria situada numa terceira, onde ele espera que a instituição venha a “elaborar um novo cérebro político para surgir nova gente, novos líderes”. Osvaldo Coelho defendeu que, na política, os representantes têm de ser avaliados pelos resultados. “Será que é louvável oito anos de mandato federal parando um projeto fantástico de mudança, que é esse da irrigação? Oito anos de mandato desses cidadãos que estão aí representando o semi-árido, e eles fizeram questão de parar a irrigação. Ninguém falou que era bom, ruim, ou que colocou dinheiro no orçamento”, argumentou.


Sobre a sua trajetória política, Osvaldo Coelho disse que os tempos atuais são de análise dos caminhos percorridos. “O que faço, no momento, é refletir sobre a vida pública. Fico me perguntando se fiz o que devia fazer. Às vezes me pergunto se não teria o dever de ser mais valente, mais corajoso para enfrentar o problema chamado semi-árido brasileiro? No momento atual, em que não estou com mandato, quero mostrar os caminhos até onde eu possa ser ouvido”, refletiu.


Texto: Raoni Santos

Fotos e entrevista: Farnésio Silva

 

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