“Não aceitamos politização das polícias”, anuncia governador de Pernambuco, Paulo Câmara

247 – O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), assegurou que não admitirá “excessos”, nem “politização” das Polícias Militares do estado nos atos de 7 de setembro. “É claro que os atos irão ocorrer, mas não vamos admitir nenhum tipo de excesso. Ocorreu excesso, ocorreu politização, haverá punição”, afirmou em entrevista à TV 247.

Na mobilização de 29 de maio contra Bolsonaro, a PM de Pernambuco praticou diversos atos de violência contra os manifestantes, chegando a deixar duas pessoas – que sequer participavam dos atos – cegas de um olho. Câmara afastou o comandante da PM e determinou a apuração das responsabilidades.

Nos últimos dias, policiais militares da reserva e da ativa têm se manifestado politicamente a favor de Jair Bolsonaro e anunciado que irão às ruas no 7 de setembro. Em São Paulo, o governador João Doria (PSDB) afastou o coronel Aleksander Lacerda, que fez ataques e ameaças contra ele, o STF e defendeu golpe militar..

Na entrevista ao jornalista Mario Vitor Santos, Câmara afirmou que o estado “confia na instituição”, mas reafirmou que “não vamos admitir politização”. “Por conta desse 29 de maio, organizamos todo um esquema de segurança”, informou.

O governador concordou que Bolsonaro contribui para o estímulo a esse tipo de comportamento da tropa, mas observou que seu apoio tem sido cada vez menor entre a população: “a gente vê que a plateia dele tá cada vez menor também. Então, isso já é uma reação clara da população que também não concorda com essa forma. E isso também é muito importante para fortalecer o que a gente quer, que é um país melhor para se viver, onde as instituições possam funcionar, sem ser alvo de agressões”.

Impeachment contra Dilma

Questionado se ele e o PSB se arrependeram de ter apoiado o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, Paulo Câmara falou em “erro histórico”. “Foi realmente um erro histórico do PSB votar a favor do impeachment da presidente Dilma. Não tenho nenhum problema em admitir isso e inclusive já fiz isso publicamente”, declarou.

“O Brasil piorou muito após o impeachment da presidente Dilma, em todos os aspectos. E o que a gente tem agora de olhar para a frente é que erros que ocorreram lá atrás não se repitam. Isso faz parte do aprendizado de cada um de nós. É muito importante que, quando se erra, admitir o erro e procurar não errar mais. Se pudéssemos voltar atrás – mas não dá – efetivamente não tomaríamos a posição como nós tomamos”, avaliou.

Lembrado de que ele chegou a liberar secretários que tinham mandato para votar a favor do golpe, emendou: “apesar de eu ter tido secretários que foram votar pelo impeachment, eu tive secretários que também votaram contra. A questão não foi liberar secretários, mas foi justamente ter tido esse erro histórico. Se mostrou que muitos fatos que naquele momento eram verdades absolutas na verdade eram grandes farsas”.

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