Brasil entre os 81 países com tropas cibernéticas em atividade, diz Oxford Internet Institute

Será que a saída de Trump da presidência e do Twitter vai diminuir a manipulação política nas mídias sociais? Segundo o Oxford Internet Institute, não. Uma pesquisa da instituição identificou no ano passado um aumento de quase 20% no número de países em que tropas cibernéticas a serviço de governos trabalharam nas mídias sociais para manipular a opinião pública. O Brasil está entre eles.

O estudo revela que as tropas incluem membros de governos em 62 países, de partidos políticos em 61, influenciadores em 51 e empresas de comunicação em 48.

Segundo os pesquisadores, integrantes desses quatro grupos atuam no Brasil, dedicando-se a elogiar os atos do governo, atacar e difamar adversários, fomentar a polarização da sociedade e realizar assédio online para diminuir a participação política e a liberdade de imprensa. O estudo completo está no MediaTalks by J&Cia.

Tech-xit: think tank australiano propõe rede estatal para substituir Google e Facebook

Em seu depoimento ao Senado australiano (em 22/1), a diretora do Google no país afirmou que a lei proposta pelo Governo quebraria o modelo de negócios da empresa. Mas o primeiro-ministro Scott Morrison rebateu dizendo que quem manda na Austrália são os australianos. Entenda neste artigo o que é o projeto. E também a proposta de uma rede social estatal, feita pelo think tank Australian Institute, o chamado Tech-xit.

A participação da poeta Amanda Gorman na posse de Joe Biden dominou as redes, como mostra este gráfico publicado pelo Axios, com informações da empresa de monitoramento NewsWhip. Sinal de que as palavras do poema The hill we climb podem inspirar o país e o mundo.

Mas, antes de relaxar, vale refletir sobre o que escreveu Karen Attiah, editora de opinião global do Washington Post em um artigo publicado no dia seguinte à cerimônia:

“Os anos Trump acabaram, mas o quarto poder não pode descansar em complacência. Para que a América perdure como uma democracia multiétnica, o empoderamento de negros, latinos e outras pessoas marginalizadas na mídia será essencial. O antirracismo intransigente não é um luxo. É uma necessidade democrática − e é hora de a mídia perceber isso.”

Eduardo Ribeiropublisher, Jornalistas Editora / São Paulo

Luciana Gurgel, coordenadora editorial, MediaTalks / Londres