ENEM EM QUESTÃO E O RETROCESSO NA EDUCAÇÃO DO BRASIL

VEJA – A Justiça Federal negou um pedido da Defensoria Pública da União (DPU) para suspender a realização do Enem no próximo fim de semana devido ao aumento de casos e mortes causados pela Covid-19. De acordo com a juíza Marisa Cucio, de São Paulo, “não há como acolher a alegação de falta de clareza quanto aos procedimentos de biossegurança” adotados pelo Inep, responsável pela aplicação do exame, e “não há como alegar que o risco de contaminação seja certo”. Em novo recurso apesentado ao TRF3, a DPU criticou o governo: “O despreparo e a ineficiência da administração pública não podem justificar colocar-se em risco milhões de pessoas.”
A pandemia pode provocar um retrocesso de até quatro anos na educação brasileira. Segundo um estudo do Centro de Aprendizagem em Avaliação e Resultados para o Brasil e a África Lusófona, os alunos deixaram de aprender mais em matemática em comparação com língua portuguesa e, na maioria dos casos, os mais prejudicados são aqueles do Ensino Fundamental. O aumento da desigualdade também foi apontado na pesquisa.
Os grupos mais prejudicados são formados por alunos do gênero masculino, que se declaram pardos, pretos ou indígenas, com mães que não concluíram o Fundamental e que moram nas regiões Norte e Nordeste.