Mauricio Cordeiro (Mauriçola)
No dia 8 de dezembro de 1980, às 21h, eu comecei meu voz e violão no “Bar Carlitos ” perto do cemitério da “Consolação” em São Paulo. Era apaixonado pela belíssima garçonete Giselle(O dono do bar também era).
A única música dos “Beatles” que eu tocava com o meu péssimo inglês era “The long and winding road”.Esboçava “for no one” meio Caetano Veloso e cantava pra valer “Imagine ” bem bossa nova João Gilberto, para dizer que era das “margens bossanovistas do Rio São Francisco, Juazeiro Bahia “como me saudava o jornalista Wander Prata.
Toquei, peguei meu cachezinho, tomei uns “drinks” servidos por Giselle e mais uma vez derramei meu coração pra ela:
– Venha comigo no verão, vamos pra Salvador, vc vai ficar linda e cor da manga Rosa( Giselle era branca de neve pura). O dono do bar era gente finíssima , “zen”e eu desconfiava que ela já estava com ele.
Peguei meu violão e fui pra pra casa a pé, morava perto, na “Bella Cintra” , pertinho da Av.Paulista, com os amigos Paulinho e Bira.
Giselle ainda deu um tchuzinho da janela do bar, depois de um beijinho no rosto
Cheguei e liguei o rádio relógio que só tocava músicas dos Beatles e adormeci. Fui despertado por Bira Durin, com um jornal na mão e um pão bolo “pullman” dizendo assustado: mataram o John Lennon !!.
O jornal não era a “Folha “, nem o “Estadão ” devia ser o “JT”?
Fui para o natal em Juazeiro, voltei um tempo depois, sem mais Giselle sem Lennon.
Às vezes, por muitas vezes, uma nuvem, ou um “fogo santelmo” me trás uma tênue lembrança da beleza de Giselle e a tristeza do mundo sem os ‘Beatles “