Além da elaboração de protocolos para diagnóstico e notificação dos casos, as primeiras medidas práticas da pasta da Saúde no início da pandemia foram no sentido de ajudar estados e municípios a terem leitos de terapia intensiva em quantidade suficiente, ao mesmo tempo em que era necessário garantir a proteção dos profissionais com os equipamentos adequados, como máscaras, aventais e protetores de olhos.
A escassez dos itens, como respiradores, no mercado interno e externo marcou a gestão do então ministro Luiz Henrique Mandetta. Em meio a tentativas frustradas de comprar os insumos na quantidade necessária, a equipe de Mandetta pregava a importância do distanciamento social.
Brasil ultrapassa 100 mil mortos por Covid-19
Quatro dias antes do anúncio do que na época foi informado como a primeira morte notificada no Brasil, em 17 de março, a pasta recomendou adiar eventos de massa, antecipar férias escolares e o home office. Mas o presidente Jair Bolsonaro, no dia do primeiro óbito, atacou o que chamou de “histeria” e minimizou a gravidade da epidemia em várias oportunidades.
Naquele momento, governadores começavam a impor restrições de mobilidade, acirrando as disputas políticas com Bolsonaro. Este, por sua vez, contrariava as recomendações do próprio ministério. Prestigiou atos de apoiadores em aglomerações e fez passeios.
Para Wanderson Oliveira, secretário de Vigilância à Saúde na gestão de Mandetta, Bolsonaro atrapalhou a comunicação que a pasta vinha fazendo para a sociedade sobre os riscos da doença.
— Há um desgaste natural pela complexidade da medida do isolamento para poupar os hospitais, aí vem o presidente dizendo que tem hospital vazio, que é mentira dos governos estaduais. Isso contribuiu para mais confusão — lamenta Oliveira.
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