O miliciano Adriano Magalhães de Nóbrega, apontado como chefe do Escritório do Crime, morreu neste domingo (9.fev.2019) depois de troca de tiros com policiais militares na zona rural de Esplanada, na Bahia. Desde janeiro de 2019 havia um mandado de prisão expedido contra ele.
O Ministério Público do Rio (MP-RJ) aponta Adriano como chefe da mílicia do Rio das Pedras e do chamado “Escritório do Crime”, que é investigado no inquérito que apura o assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro morta em 14.mar.2018. A Secretaria de Segurança Pública da Bahia diz, em nota, que Adriano era suspeito de envolvimento no assassinato.
“O criminoso passou a ser monitorado por equipes da SI da SSP da Bahia, após informações de que ele teria buscado esconderijo na Bahia. Nas primeiras horas da manhã ele foi localizado em um imóvel, na zona rural de Esplanada”, diz a nota dos policiais.
De acordo com os policiais, ele resistiu e tentou atirar contra as forças de segurança.
“No momento do cumprimento do mandado de prisão ele resistiu com disparos de arma de fogo e terminou ferido. Ele chegou a ser socorrido para um hospital da região, mas não resistiu aos ferimentos”
Os policiais afirmam terem encontrado com Adriano uma pistola 9mm e mais três armas.
Armas encontradas com Adriano pela polícia militar da BahiaSSP BA- 9.fev.2020
LIGAÇÃO COM FLAVIO BOLSONARO
Ex-capitão do Bope, Adriano recebeu em 2003 homenagem feita pelo então deputado estadual Flávio Bolsonaro “pelos inúmeros serviços prestados à sociedade” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. A mãe e a ex-mulher do ex-capitão do Bope, Raimunda Veras Magalhães e Danielle Mendonça da Costa, apareciam como funcionárias do gabinete de Flavio quando ainda era deputado estadual, em 2018.
NOTA DO PSOL
O PSOL, partido da vereadora assassinada Marielle Franco, emitiu nota após saber da morte de Adriano:
“Na manhã deste domingo ficamos sabendo pela imprensa que Adriano da Nóbrega, miliciano ligado a Flávio Bolsonaro e um dos chefes da milícia conhecida como Escritório do Crime, foi morto pela polícia na Bahia. Adriano estava foragido e era suspeito de envolvimento no assassinato de nossa companheira Marielle Franco e Anderson Gomes.
A Executiva Nacional do PSOL exige esclarecimentos sobre as circunstâncias da morte do miliciano e, através de sua Executiva Nacional, de sua direção regional Bahia e parlamentares, solicitará uma audiência com a Secretaria de Segurança Pública daquele estado para obter maiores informações, uma vez que Adriano da Nóbrega era peça chave para revelar os mandantes do assassinato de Marielle e Anderson. Avaliaremos medidas que envolvam também autoridades federais. Seguimos exigindo respostas e transparência para pôr fim à impunidade.
Marielle e Anderson: presentes!
Executiva Nacional do PSOL
São Paulo, 9 de fevereiro de 2020“