Natural de Uauá, aos 40 anos de idade e há 22 radicado em Juazeiro, Nilton Freitas herdou o talento e o gosto apurado pela música popular brasileira com o pai, o popular “Janjão”, tendo ainda como maior fonte inspiradora o “Rei de couro”, Luiz Gonzaga. “Meu pai levou-me a esse universo mágico da música ainda criança, pois o escutava tocando e cantando. Por isso mesmo não tive como escapar dessa influência. E ao ouvir Luiz Gonzaga a paixão foi ainda mais intensa”, relembra.
Atualmente Nilton é bem conceituado na região, sendo requisitado para parcerias diversas, entre as quais com Targino Gondim, Elba Ramalho, Wilson Duarte, Roberto Malveve (Gogó), Manuca Almeida e Flávio Baião. Com quatro discos gravados, o músico tem um novo projeto para este ano. “Estou preparando a gravação do meu primeiro DVD, no qual farei uma releitura das minhas melhores canções e também apresentarei criações inéditas, sendo acompanhado por alguns convidados especiais. Será uma bela produção e espero que todos gostem”.
No ano de 1990 uma homenagem a Juazeiro o levou ao terceiro lugar no extinto festival “Som das Margens do Sol”, com a canção Juá Moça. E logo nessa primeira incursão ao universo competitivo e instigante dos festivais, Nilton Freitas revelou ser um compositor que buscava uma sonoridade sofisticada para as suas criações. “Juá Moça é uma canção muito marcante, porque além de ser uma homenagem a esta cidade que eu tanto gosto, através dela tomei gosto pelos festivais”, afirmou.
“Boato Ribeirinho”
Outra grande participação em festivais foi com uma música que arrebatou o público e até hoje faz sucesso nos shows do artista, “Boato Ribeirinho”, também presente no DVD de Targino Gondim com interpretação do sanfoneiro em dueto com Elba Ramalho. “Boato Ribeirinho foi uma canção consagrada no Festival da Canção Ribeirinha – Troféu Edésio Santos no de 1994, um poema-protesto de Wilson Duarte musicado por mim e também com a parceria de meu irmão Wilson Freitas. Continua super atual, pois é um alerta pela preservação do Velho Chico”, ressaltou.
Com uma vasta experiência musical adquirida ao longo da carreira, Nilton faz questão de demonstrar todo o carinho e admiração por aquele que foi e continua sendo o seu maior mestre, o saudoso Edésio Santos. “Tive a honra e a felicidade de conviver e ser amigo de Edésio, com quem aprendi imensamente com a sua humildade e generosidade. Foram muitas as conversas e conselhos. E foi inspirado por um desses gratificantes momentos que saiu uma homenagem ao mestre através de uma canção: Mestre, só mestre se cala ao ouvir a fala do seu próprio Eu. Fala da vida que falha, que cala sua fala, por que não lhe deu”.
Atualmente o compositor não concorre mais em festivais, porém continua achando esse tipo de competição muito importante, principalmente para os artistas que estão iniciando a carreira. “É através da exposição ao público e apreciação dos jurados que os compositores e intérpretes passam a amadurecer profissionalmente, por isso acho bastante positivo que o Festival Edésio Santos continue acontecendo pela contribuição musical que o mesmo traz”, avaliou.
O Samba
O músico disse estar bastante entusiasmado por mais uma vez apresentar-se no festival e ainda elogiou o fato de esta edição estar homenageando o samba, trazendo a maior revelação dos últimos anos para a noite de encerramento, a baiana Mariene de Castro. “O samba é o pai de todos os ritmos brasileiros e, portanto, acho sensacional que a Prefeitura este ano esteja oferecendo ao público do festival a oportunidade de poder apreciar uma das mais talentosas sambistas do momento, que é essa grande cantora chamada Mariene de Castro”.
Nilton promete aos fãs e a todo o público que prestigiará o Festival Edésio Santos uma apresentação recheada de surpresas, com direito a homenagem ao mestre que dá nome ao festival. “O show será uma viagem pelo samba, passando por interpretações dos maiores compositores brasileiros, canções do meu próprio repertório e, claro, uma homenagem ao mestre Edésio. Quem for prestigiar o evento certamente será brindado com inesquecíveis momentos de deleite sonoro”.
A 14ª edição do Festival Edésio Santos da Canção (FENESC), que acontece de 24 a 26 no Centro de Cultura João Gilberto, terá início nesta quinta-feira com as 10 concorrentes da primeira noite da fase eliminatória e show de Nilton Freitas. A entrada é gratuita.
Por Luiz Hélio/SEIASC