GEDDEL NÃO APROVA PROJETO EDUARDO CAMPOS 2014

GEDDEL NÃO APROVA PROJETO EDUARDO CAMPOS 2014

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Paulo Emílio

A declaração é de um alto integrante da cúpula do PMDB e demonstra o nível de preocupação que a movimentação feita pelo governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, em direção ao Palácio do Planalto em 2014 tem causado na legenda.

Com a possibilidade cada vez mais real de uma candidatura socialista, o comando do PMDB já começa a se preparar para uma eventual fratura interna já a partir do próximo ano, caso Eduardo se lance à corrida presidencial.

Com a temperatura subindo, o vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa e ex-ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima (PMDB), tenta colocar água na fervura. “O PMDB é aliado da presidente Dilma e temos o Michel Temer como vice. Tudo fica como está. Não existe discussão orgânica dentro do partido em torno de uma possível candidatura de Eduardo Campos”, disse Gedel ao PE 247.

Apesar da negativa do peemedebista, alguns figurões da legenda observam que a candidatura de Eduardo poderia rachar o partido em função do PMDB não possuir “um projeto nacional”. “O que temos hoje são projetos localizados, estaduais, quando muito regionais. Eduardo é hoje a maior liderança do Nordeste e tem se posicionado muito bem em nível nacional. Se sua pré-candidatura ganhar corpo e ele realmente for candidato em 2014, o PMDB vai rachar feio”,  disse ao PE 247 uma fonte que prefere não ser identificada.

“Eduardo tem currículo. Foi secretário de estado, ministro, foi eleito e reeleito como governador de um estado que tem se destacado economicamente e se tem se colocado em posição de destaque em nível nacional. O que falta saber é se ele será realmente candidato em 2014. Se isso acontecer a coisa vai ficar feia dentro do PMDB”, declarou o peemedebista em reserva. Apesar de já trabalhar com esta possibilidade,  a fonte observa  que ninguém vai avançar nas discussões sem saber efetivamente se o socialista se colocará efetivamente como candidato nas próximas eleições majoritárias.

Caso isto aconteça, o cenário tende, por tabela, a complicar também o PT.  Hoje, o PMDB é o maior partido da base aliada e um racha complicaria a situação do Governo no Congresso. Tendo Michel Temer como vice, a pressão sobre o partido seria imensa. Além disto, a perda de apoio também causaria dificuldades para o projeto de reeleição da presidente Dilma em 2014.

Para Gedel Vieira, contudo, o risco de um racha é remoto. “Eduardo não se colocou como candidato. Para que ocorra algo assim é necessário, primeiro, que ele se posicione como candidato, o que ainda não ocorreu. Tanto é que o partido não tem discutido este assunto organicamente, embora este assunto figure em reuniões gerais”, reconheceu.

Sobre a possibilidade do PT conseguir manter Eduardo e o PSB na base governista e assegurar o apoio da legenda na reeleição da presidente Dilma recebendo em troca do apoio do Partido dos Trabalhadores para concorrer ao Planalto em 2018, como veiculado pela imprensa, Gedel foi cuidadoso. “A pergunta que tem que ser feita é: O que ele tem a perder saindo candidato em 2014? Se ele sai candidato e perde a eleição, na pior das hipóteses ele se coloca na fila para 2018. Mas até lá são oito anos e muita coisa pode acontecer neste espaço de tempo”, comentou.

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