PT CADA VEZ MAIS ARISCO COM O ALIADO PSB


 

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Leonardo Lucena_PE247 – A bancada do PT no Senado decidiu. O PSB está na alça de mira do Partido dos Trabalhadores e é preciso tomar cuidado com as movimentações do governador de Pernambuco e presidente da sigla socialista, Eduardo Campos. Isso porque a candidatura ou não de Campos à presidência da República é um mistério e, caso o socialista se candidate, este fato significa um novo tabuleiro político em nível nacional, o que tem impacto direto nas articulações do PT com outros partidos. A posição foi tomada nesta quinta-feira (31), durante uma reunião da bancada petista com o presidente nacional da legenda, Rui Falcão.

Embora o PT tenha saído vitorioso na cidade de São Paulo, com a vitória do ex-ministro Fernando Haddad contra o tucano José Serra, os petistas resolveram se ater as derrotas sofridas pelo partido, sobretudo em grandes capitais como Belo Horizonte (MG), Fortaleza (CE) e Recife (PE). Dentro deste contexto, sobrou espaço para queixas a Eduardo Campos, que resolveu lançar candidatura próprias nessas três capitais, além de outras cidades importantes para o PT, como Campinas (SP), por exemplo.

O fato é que a ousadia do PSB trouxe benefícios ao partido, pois foi o que mais cresceu em número de prefeituras conquistadas, subindo de 310 para 442, um aumento de 42%. Já o PT teve um acréscimo de 13%, passando de 558 para 635 no comando dos Executivos municipais espalhados pelo país. E é mais que evidente que estes resultados causam preocupação no Partido dos Trabalhadores.

“Lutar contra a máquina estadual comandada por Eduardo Campos já era duro. Mas a questão é que eu tive de lutar contra a máquina federal também”, disse o senador Humberto Costa (PE) ao site Congresso em Foco. O Parlamentar foi derrotado em Recife por Geraldo Júlio (PSB) no primeiro turno. Quando falou da máquina federal, o congressista se referia ao correligionário de Eduardo Campos, o atual ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho.

No Nordeste, o PSB se sobressai, pois a legenda terá na próxima legislatura 264 prefeituras contra 187 do PT. Mas os socialistas precisariam ampliar consideravelmente seus espaços no Sul e Sudeste do país, regiões onde obtêm 91 e 34 prefeituras, respectivamente. O Partido dos Trabalhadores, por sua vez, comandará 199 municípios no Sudeste e 158 no Sul.

Porém, o PSB tenta andar com suas próprias pernas e busca alianças com outros partidos, como, por exemplo, o PSDB. O principal prova disso foi a aliança com o senador mineiro Aécio Neves para eleger Márcio Lacerda em Belo Horizonte, além de ter apoiado Artur Virgílio nas eleições de Manaus (AM), que derrotou Vanessa Grazziotin (PC do B), que em sua campanha contou com o apoio pessoal de dois dos principais quadros do PT, a presidente Dilma Roussef e o ex-presidente Lula. Vale ressaltar que o próprio prefeito eleito disse que “sonha” em ver uma chapa para as eleições presidenciais de 2014 formada por Eduardo  Campos e, na vice, Aécio Neves (PSDB).

Outra aliança se dá com o PMDB. No Recife, por exemplo, um dos mais ferrenhos nomes de oposição ao PT dentre os peemedebistas, o senador Jarbas Vasconcelos, aderiu ao palanque socialista e já surgem especulações de que o parlamentar estaria iniciando suas movimentações para canalizar apoios ao governador pernambucano em nível nacional.

“De repente, temos uma presidenta bem avaliada, à frente de um governo popular, e pode ser que não sejamos nós os que vamos lucrar com isso. Podemos ter tudo isso e acabarmos derrotados”, afirmou um dos senadores na reunião. “Ele ajudou o PSDB a me derrotar em Teresina”, acrescentou Wellington Dias (PI).

Os senadores também demonstraram insatisfação com a postura da presidente Dilma Rousseff (PT) nestas eleições. De acordo com os parlamentares, a chefe do Executivo federal pouco atuou em favor dos petistas nas campanhas eleitorais. Agora, resta saber como se dará o relacionamento dela com o restante da legenda e como será o “monitoramento” dos petistas em torno das pretensões de Eduardo Campos.

Nesta linha, a presidente Dilma Rousseff teria convidado o governador pernambucano para uma reunião em Brasília para a próxima semana. Detalhe, este encontro somente deverá ser realizado após um jantar entre a cúpula do PT e o alto escalão do PMDB. É deste encontro que sairá o tamanho da pressão a ser colocada em cima da sigla socialista para que esta defina se apoia a reeleição de Dilma em 2014 ou vai optar por um voo solo. Pelo que acontece na “cozinha dos partidos” o primeiro prato das eleições 2014 vai ser feito em fogo alto.

*Colaborou Paulo Emílio_PE247


 

 

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