O Pastor Manoel Marques combateu o bom combate e guardou a fé

 

Juazeiro-Bahia, 31 de outubro de 2012, comemoração aos 495 anos da Reforma Protestante

No dia 08 de outubro do ano passado o Senhor Jesus decidiu chamar para o seu convívio o Pr. Manoel Marques, após o seu frutífero ministério terreno, que ganhou milhares de almas, incentivou diversos obreiros para trabalharem na seara do Senhor e que honrou a fé cristã perante o mundo. Com certeza, o nosso Pr. entra na galeria dos heróis da fé, exposta pela Bíblia Sagrada em Hebreus 11. Pela Fé, o Pr. Manoel Marques foi chamado na adolescência para o ministério pastoral e recusando os seus sonhos pessoais, abraçou a chamada divina e se dedicou de corpo e alma a obra de nosso Senhor Deus aqui na Bahia no trabalho há mais de 60 anos. 
Há 15 anos aceitei Jesus como Salvador, em meu quarto sozinho. Não sabia o que era a fé cristã e nem tão pouco conhecia nada sobre as igrejas evangélicas. O Senhor Jesus me conduziu para confirmar minha decisão na Assembléia de Deus em Juazeiro. A partir dai passei a congregar na sede da Igreja, onde pôde contar com a presença constante do Pr. Manoel Marques. Com ele aprendi algumas verdades sobre a fé evangélica: 1 – Buscar sempre a direção de Deus para nossas decisões; 2 – Ter uma vida pessoal de oração e leitura da Bíblia; 3 – Buscar sempre o discernimento para separar o joio do trigo, as obras de Deus das obras dos homens e do diabo; 4 – Tratar a todos igualmente, independente da posição social, religiosa ou política das pessoas, nunca negociando nossa fé em nome de vantagens ou posições; 5 – Ter como centro de nossa vida a tarefa atribuída a Igreja de evangelizar o mundo, livrando as almas do castigo eterno, que estar reservado para aqueles que não aceitarem Jesus como Senhor e Salvador de suas vidas; 6 – Falar a verdade, independente das situações, mesmo que em muitas delas tenhamos prejuízos pessoais, sendo que o mais importante é chamarmos o bem de bem e o mal de mal, não distorcendo a verdade para beneficio próprio, nem sendo fingido ou hipócrita, não amando de palavras – esquecendo-se das ações. 7 – Saber perdoar sempre os nossos ofensores, não lançando em rosto futuramente os seus erros e pedi perdão quando erramos; 8 – Não deixar que as obras da carne, como porfia, dissensão, inveja, prostituição, malicia, disse-me-disse, avarezas, mentiras e outras expostas em Gálatas manche a santidade da Igreja, atrapalhando o seu crescimento e o convívio harmonioso do Corpo de Cristo.
O pastor Manoel tinha a dimensão clara do que era o chamado pastoral. Entendia que o pastor não é para oprimir as ovelhas ou para tirar vantagens delas; não é uma posição política ou religiosa; não é um cargo que se consegue por luta ou por outros caminhos, como infelizmente vermos em alguns contextos. O ministério pastoral é constituído por uma chamada divina pessoal, sendo assim uma escolha de Deus, onde o escolhido deve conduzir o rebanho à santidade, tendo como centro de sua vida a convicção de que a qualquer momento Jesus pode voltar para buscar a sua Igreja.
Nesta dimensão, sabia claramente o que era ser intolerante com o pecado, mas amar o pecador. Quantas vezes o procurei buscando uma orientação (e as vezes achando que receberia uma palavra dura) fui surpreendido com o carinho pastoral, mostrando seu amor pela ovelha. Quantas vezes, por causa de compromissos que tinha e ainda tenho fora de Juazeiro, não podia estar na Igreja, e quando chegava ele perguntava onde eu estava, mostrando que no meio de tantas ovelhas, ele sentia falta de uma, sendo este outro exemplo que nos legou: o mais importante na igreja não são números. Nunca me esqueço de uma experiência pessoal quando ele me exortou, na presença de uma de suas filhas, de uma forma tão sabia e amorosa, que até hoje agradeço a Deus por aquele momento. Não falei isto pessoalmente à ele: mas hoje, após um ano de sua partida, quero agradecer a Deus pela vida do Pastor Manoel Marques: este homem foi usado por Deus para moldar minhas convicções cristãs. Ele foi um verdadeiro pastor de ovelhas. Um homem de Deus. Orei intensamente pela sua recuperação, juntamente com outros irmãos e dirigentes do circulo de oração. Mas aprove a Deus chamá-lo. Ficou uma saudade enorme. Mas a certeza, que se permanecermos fieis, iremos um dia encontrar na glória com nosso pastor. 
Assim, fico pensando como devemos honrar/preservar a memória deste verdadeiro homem de Deus no século XXI. É certo que não temos como recompensar este homem de Deus. Só o Nosso Senhor da Seara vai saber galardoá-lo. Mas sei como podemos honrar a sua memória. Em primeiro lugar: a sua obra continuará entre nós, se soubermos preservar seu legado, não abrindo mão de seu exemplo de vida por qualquer outra novidade que tem surgido no meio evangélico. Como sempre ele afirmava: o pecado não é circunstancial. O que a Bíblia diz que é pecado é pecado e ponto final. Em segundo lugar: reconhecer que a história da Assembléia de Deus na Bahia foi diferente por ter tido este servo de Deus em suas fileiras. Assim, contar sua trajetória de vida, através de uma biografia, ajudará obreiros e aqueles que aspiram ao ministério pastoral a aprender o que é de fato ser um pastor de ovelhas, mesmo com todas as mudanças sociais, principalmente no século XXI; terceiro lugar: Juazeiro deve muito ao Pr. Manoel Marques, que adotou nossa cidade como seu lar. Milhares de pessoas foram salvas da morte por intermédio de seu ministério. Mas do que o titulo de cidadão juazeirense, precisamos, nós juazeirenses, honrá-lo por seu exemplo de vida. E uma das formas de fazer isto é registrar o seu nome em algum marco da cidade, mostrando que mesmo na velhice o homem conduzido por Deus ainda dá frutos e frutos abundantes. Quando alguém perguntar sobre o porquê de determinado equipamento público ter o nome do pastor Manoel Marques, a resposta será: é uma homenagem a quem fez muito por nosso município, incentivando assim as gerações futuras a seguirem seu exemplo de vida.

ANTONIO MARCOS SANTOS
Membro da Igreja Assembléia de Deus em Juazeiro e educador da escola pública.


 

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