
A equipe de transição do prefeito eleito de Petrolina, Miguel Coelho (PSB), criticou a morosidade no repasse de informações da atual gestão. A queixa, que já tinha sido feita no início deste mês pelo grupo do socialista, foi reforçada nesta quinta-feira (24).
“Desde o dia 13 de outubro, quando Miguel Coelho entregou o nome da nossa equipe ao atual prefeito, foram entregues também os documentos necessários para a transição. Apesar do período, muitos desses ofícios foram respondidos de maneira incompleta”, afirmou o coordenador da equipe do prefeito eleito, Diniz Eduardo Cavalcante.
Segundo ele, documentos que constam a relação de contratos de fornecimentos, bem como o de prestação de serviços da Prefeitura de Petrolina ainda não são de conhecimento da equipe do socialista.
“Chegamos a expedir 36 ofícios para a equipe de Julio. De 21 documentos que ele deveria responder, 11 estão com problemas, devido à ausência de informações. Faltam contratos de fornecimento, de prestação de serviços, da relação dos repasses financeiros enviados para as entidades de administração indireta, de estrutura administrativa da Prefeitura. Como Miguel vai assumir sem saber como se encontra a saúde financeira de Petrolina?”, questionou.
Para Diniz, existe, hoje, “uma burocracia” no repasse das informações. “O atual prefeito afirma que está aberto à transição, mas na verdade ele se contrapõe. Estamos fechando o quebra-cabeça com informações que coletamos com o Tribunal de Contas do Estado (TCE), no cadastro do Tesouro Nacional, pelo acesso à informação. Sabemos que a saúde financeira se encontra debilitada, mas só podemos dar continuidade no que temos total conhecimento. Não é caça as bruxas, queremos saber a real situação da Prefeitura”, completou.
Entre outras pendências do atual gestor estão os organogramas de algumas secretarias. Segundo Diniz, alguns que foram entregues são referentes a pastas que não existem mais.
“Existem três secretários extraordinários que recebem salários de R$ 8 mil bruto, mas as informações não constam no organograma. Não temos a demonstração do programa Novas Sementes, que corresponde de 10 a 12% do que o município arrecada ao ano. Contra o município existem 13 mil processos judiciais e eles não sabem como está a situação deles. Queremos saber se a Prefeitura terá condições de pagar o 13º, se deixará alguma folha de pagamento para o prefeito eleito”, finalizou.
Procurada pelo Blog da Folha, a equipe de transição de Julio Lossio não se pronunciou sobre a queixa.