Artesanato é opção de renda para agricultores familiares


É no Vale do Salitre, região de Juazeiro, a 500 quilômetros de Salvador, que agricultoras familiares encontram no artesanato uma alternativa de renda, principalmente durante o período de seca. Quando a chuva diminui e as plantações não geram emprego, as mulheres das localidades de Manga II e Goiabeira II precisam ajudar na manutenção da família. Tendo como matéria prima o tronco da bananeira e a taboa – um tipo de capim encontrado nas margens dos rios -, as agricultoras confeccionam peças artesanais como porta-jóias, portas-guardanapo, cestos, caixas para garrafas de vinho, bolsas, suportes para copos e pratos, porta-retratos, vasos e tudo o mais que a criatividade faz surgir.

Essa atividade começou, nas comunidades, justamente, com o incentivo da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), empresa vinculada a Secretária de Agricultura. Em 2008, a empresa disponibilizou um curso sobre artesanato, inicialmente, com apenas 10 mulheres, e depois dos ensinamentos serem repassados rapidamente para outra comunidade vizinha, hoje dezessete famílias tem renda advinda do artesanato. Com outros cursos de aperfeiçoamento, há um crescimento de geração de emprego e reconhecimento do trabalho na região.

“A idéia da EBDA deu tão certo que nós nunca mais paramos mais de fazer artesanato,” conta Amélia Gonçalves Melo Cunha (47). Segundo ela, o trabalho ganhou força com o estímulo dado pelas técnicas de assistência social, que atendem a comunidade. Para dar maior consistência ao trabalho, foram intensificadas ainda as atividades de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), com capacitações, treinamentos e reuniões para agregação de valor aos produtos. As peças custam entre R$ 1 e R$ 50, e são vendidas na Casa do Artesão e em feiras livres de Juazeiro.

“Ano passado, houve uma encomenda de 200 caixas pequenas para um casamento e conseguimos lucrar R$ 600. Esse ano, nós já conseguimos colocar nossas peças em exposição durante a Exposição de Caprinos e Ovinos de Juazeiro (Expovale) e mostramos aos visitantes os trabalhos que é feito aqui”, ressaltou Amélia Cunha.

O material para a confecção das peças é doado pelos agricultores e as mulheres compram apenas a cola e o verniz usado para dar brilho em algumas peças. A diversidade da flora na caatinga oferece pequenas flores, caroços e sementes que as artesãs utilizam como enfeites para os objetos fabricados.

 

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