“Não estamos mais em tempo de pacotes, eu acho que não tem nada bombástico. Pelas perguntas parece que as pessoas estão esperando qual é a grande notícia, o coelho da cartola. Não tem coelho da cartola. A gente vai continuar buscando o equilíbrio macroeconômico, o equilíbrio fiscal, abrindo trilhas para uma retomada do crescimento”, afirmou.
Wagner conversou com jornalistas ao sair do gabinete do vice-presidente, Michel Temer. Ele solicitou o encontro como uma visita de cortesia pelo início do ano. Segundo ele, não foi discutido com Temer nenhum assunto específico.
Na opinião do chefe da Casa Civil, a expectativa do governo para este ano é que o país consiga retomar e melhorar a economia, desafio “mais importante”, de acordo com ele. “Creio que politicamente a gente fechou melhor o ano, ou pelo menos do que muita gente imaginava. Todo mundo reconhece que tem um ambiente melhor. Agora é trabalhar”, disse.
Impeachment
Perguntado sobre o impasse no PMDB sobre a liderança da bancada do partido na Câmara dos Deputados e sobre apoio de integrantes da legenda, que podem ser importantes na análise do processo de impeachment contra a presidenta Dilma, o ministro disse que essa é uma questão interna do partido. “Espero que as disputas políticas não caracterizem uma briga interna no PMDB. A gente sabe que em todos os partidos têm pessoas mais próximas, outras não tão próximas do governo. A gente vai trabalhar com o conceito de partido para que tenha nossa base mais consolidada, mais compactada”, disse.
O ministro voltou a defender que a pauta do impeachment tenha um desdobramento o mais rápido possível. Na opinião dele, o governo vai derrotar o pedido de afastamento da presidenta já na Câmara dos Deputados. “Não temos nenhum interesse de manter essa agenda. Ela não é boa para o Brasil, joga instabilidade. Quanto mais rápido [houver um desfecho], melhor. Essa, aliás, não é agenda nossa. É agenda que está na Câmara. Eu reconheço que perdeu força, mas o bom é que ela termine definitivamente”, declarou.
Sobre o encontro dessa terça-feira de Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Wagner disse que também foi uma conversa de “começo de ano”. “Não teve conversa sobre economia. Ele veio com o [presidente nacional do PT] Rui Falcão, eu e a presidenta. Foi uma conversa de: ‘Olha, vamos aproveitar esse momento, que fechamos o ano melhor e portanto continuar cuidando, sem nenhuma ilusão sobre os problemas”, disse. (ABr)