O principal manancial de água potável o rio São Francisco, está no nível mais crítico da história de salinidade em Piaçabuçu

A vazão será reduzida mais uma vez por falta de chuvas na bacia do rio que nasce na serra da Canastra, em Minas Gerais, e corta cinco Estados: Minas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas. O Ministério da Integração Nacional acendeu a luz vermelha novamente e anunciou para os estados que a vazão será reduzida de 900 metros cúbicos por segundo para 800.
O ofício que formaliza o pedido, assinado pelo superintendente de Operação da Chesf, João Henrique de Araújo Franklin, irá reduzir o nível do Velho Chico, em média, em 15 centímetros no trecho Sobradinho/Itaparica, e em 20 cm no trecho Xingó/Foz, conforme consta no próprio documento oficial, e deve começar a vigorar em 1º de dezembro.
Desde abril de 2013, o setor elétrico tem feito pedidos recorrentes para reduzir a vazão do São Francisco, com o argumento de que se trata de medida emergencial. De lá para cá, a defluência praticada nos reservatórios de Sobradinho e Xingó caiu de 1.300 m³/s e foi reduzida paulatinamente até o volume atual de 900 m³/s. O pedido da Chesf ainda será analisado pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
Cidade em alerta
O problema acontece justamente no local onde o Rio São Francisco encontra-se com o mar. Como a vazão da água do rio está menor, a água do mar chega a empurrar a água do rio por cerca de 14 km acima.
Com isso, as constantes reduções de vazão do São Francisco, feitas pela CHESF , vêm causando inúmeros transtornos aos pescadores, sobretudo o fornecimento de água potável humano da nossa Cidade de Piaçabuçu, por conta de sua proximidade com a foz do São Francisco.
Durante a maré cheia a população da cidade e dos povoados Potengy, Sudene e Mandim já sentem o gosto da água salgada nas torneiras. A água que chega na torneira da casa do pescador Vitor Pereira, 38, já traz um gosto de sal. Em breve, planeja, será preciso comprá-la.
“Essa semana a água estava tão salgada que não dava nem para lavar roupa. Tive que esperar a maré secar.” Relatou outra moradora Carmelita do povoado Potengy.
A redução da vazão do rio já atinge duramente a região prejudicando o abastecimento de água, a agricultura irrigada, a pesca artesanal, as atividades do turismo e, sobretudo a biodiversidade.
O presidente Antônio Amorim, da Colônia de Pescadores de Piaçabuçu Z19, uma das mais conceituadas do Norte Nordeste por sua organização e estrutura, o mesmo nos relatou a importância de uma maior interação entre as ações públicas e o setor da pesca no município.
“Estamos passando por uma fase ruim, onde nós pescadores estamos sofrendo com a falta do pescado em nosso Rio São Francisco e precisamos trabalhar de maneira articulada e institucionalizada as ações de fortalecimento da atividade em nosso Município.”, explicou o presidente Amorim
Segundo a CASAL que cuida do “tratamento” e da distribuição da água em Piaçabuçu, ação da redução elevou o índice de cloreto de sódio da água distribuída na região.
Para evitar que o índice de cloreto de sódio na água se torne prejudicial à saúde da população, A direção da CASAL já orientou que o abastecimento será interrompido quando tive em maré cheia. E que a interrupção diária no abastecimento de água chegará até 9 horas.
Vereador Convoca Audiência Pública.
O Vereador Dr. Lú em sessão ordinária solicitou que fosse feito uma audiência pública com a Agência Nacional das Águas (ANA), Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF), Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), e outros órgãos competentes, além da participação da população para que juntos possam chegam a uma solução para tentar resolver esse problema.
“Acredito que essa audiência seja a melhor solução”. Finalizou o Parlamentar.
Piaçabuçunews
