A Agência Nacional de Águas (ANA) decidiu prorrogar até o fim de novembro a vazão de água a partir do reservatório de Sobradinho, atualmente em 900 metros cúbicos por segundo (m3/s).
Não está afastada, porém, a possibilidade de o segundo maior reservatório do País ter sua liberação de água reduzida para inéditos 800 metros cúbicos, dada a situação crítica de Sobradinho.
A previsão é que a partir de 1 de dezembro sejam iniciados os testes para que se chegue aos 800 m³/s.
A possibilidade foi admitida pela Agência Nacional de Águas (ANA) em reunião realizada com o setor elétrico na terça-feira (27), na sede do órgão, em Brasília.
Dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) mostram que Sobradinho está com apenas 4,64 % da capacidade de água que pode armazenar ( volume útil ), índice nunca atingido desde 1979, quando sua barragem foi fechada.
| Reservatório Participação Volume Útil | ||
| Sobradinho | (58,2% da região Nordeste) | 4,64% |
| Três Marias | (31,02% da região Nordeste) | 14.7% |
| Itaparica | (6,62% da região Nordeste) | 10.51% |
| Fonte: ONS – 28/10/2015 | ||
A liberação de 900 metros cúbicos por segundo já é considerada uma condição extrema, se levado em conta que, em situação regular, a vazão mínima deveria ser de 1.300 metros cúbicos por segundo.
Os dados apontam que esta é a pior crise da Bacia do São Francisco – que abastece 97% da região Nordeste – nos 84 anos da série histórica.
“As entidades federais e estaduais envolvidas e os representantes dos setores usuários da bacia receberam um sinal para se preparem, pois, dependendo das condições hidrológicas futuras, a vazão mínima poderá ser reduzida ainda mais. “, declarou a ANA, em nota.
Na reunião, ficou decidido ainda que a vazão do reservatório de Três Marias, que fica acima de Sobradinho, localizado nas cabeceiras do Rio São Francisco, continuará em 500 m3/s até o final de novembro, com o propósito de aliviar a situação de Sobradinho.
Desde abril de 2013 a operação dos reservatórios da Bacia do São Francisco vem sendo realizada com vazões reduzidas , acarretando graves impactos socioambientais .
Foto : Lúcio Távora | Ag. A TARDE
Com informações da ANA, ONS, CBHSF e Jornal Estado de Minas