AS “CRISES” NUNCA TERMINAM (1889 – 2015)

*Jorge Galego

blogqspminhaopiniao2015 não é mais um novo ano. Nem muito menos o Brasil da Dilma parece ter novo governo. Os alardes políticos são os mesmos ou parecidos. As ações e resultados previstos tão antigos, quanto esquecidos pela população.

Muitos até podem pensar, o ano será o da maior “crise” da República do Brasil, afinal expectativas do mercado e da política nacional não são as melhores. Mas até que ponto tem crise? A presidente Dilma Rousseff deve sofrer o “impeachment”? E nossa futura “Pátria Educadora” – será mais um ensaio bonito, sem perspectiva de se apresentar no Teatro Nacional? Ou se aproxima um novo Golpe de Estado?

Na verdade, infinitas questões merecem destaque.  Contudo, voltemos ao dia, em que, o “cenário” de crises se instalou no Território Nacional – 15 de Novembro de 1889. Naquele dia, nosso estudioso Imperador, D. Pedro II foi expulso da Pátria Amada por Militares descontentes com a Chefia do Gabinete do Governo Imperial.

Naquela época, os Primeiros Ministros eram eleitos parlamentares pelo povo, e nomeados pelo Imperador. Os últimos Chefes de Gabinete do Império não tiveram habilidade política para conter os resultados do “13 de Maio de 1888”  – dia da Sanção da Lei Áurea pela Princesa Regente D. Isabel e da “liberdade” dos negros escravizados.

Naquele cenário político, discutia-se variados temas, inclusive “república”. De Platão à Revolução Francesa. Das “Insurreições” (Revoltas) à própria idealização da república no Brasil. Até mesmo D. Pedro II se dizia “republicano”, dado ao zelo, que tinha ao reger a Nação. O debate era Institucional, pois na última eleição do império, dois deputados republicanos assumiram na Câmara. Então, foi num momento desses, em que havia ampla Liberdade de Expressão com “Insurreições republicanas” sob controle, que Deodoro da Fonseca, iludido por Benjamim Constant traiu D. Pedro II. Eis aí, a primeira “quartelada”.

Depois do Golpe, a maioria dos monarquistas aderiu ao “novo” regime. Alguns se arrependeram anos mais tarde, o que não abalou a implantação da “velha” República – a “rainha” das crises. Para saber mais, recomendo visitas a sites Pró Monarquia e a leitura de obras antigas, recentes ou nem tão recentes assim. O livro “Os últimos anos da escravatura no Brasil” de Robert Conrad é um exemplo da democracia do Período Imperial[i].

Voltando as indagações, considerando o contexto da época, infere-se da obra indicada, que os “poucos” professores do império viviam dignamente – As casas tinham “eira” e “beira”. Os que estudavam aprendiam o básico em pouco tempo. Entretanto, hoje o estudante conclui os estudos e nem aprende a se expressar. Vive envergonhado, ansioso ou “internetando” por aí. Digo isto, pois quem não se comunica bem ao falar, jamais argumentará formalmente numa redação, artigo etc. Seja em manuscrito ou digitado no computador.

Todavia, quantas mais “crises” (educacionais, sociais, culturais, políticas, econômicas, ambientais, etc.), passaram ou passarão? – Infinitas. As crises estão em toda a parte. Elas acontecem nas Repúblicas (presidencialistas, parlamentaristas ou semi-presidencialistas). Ocorrem também nas Monarquias, afinal não existe lugar “perfeito”. O Brasil não foge a regra. E a Dilma? Ela, a Presidenta reeleita deve Governar e Chefiar o Estado até 2018.

Mas, caso queiram afastá-la, que se respeitem a atual Constituição. Outro Golpe, para que? Sim, acontece em republiquetas, onde as Forças Armadas, guardiãs do Estado; também se metem legalmente no Governo, principalmente aqui no Brasil. Pensam em ajudar. Acabam atrapalhando o amadurecimento institucional. Por isso, esperanço a “Pátria Educadora” e Civilizada. Com Dilma ou sem Rousseff, República ou Monarquia, mas sem Governo Militar.

Desse modo, deixarei outra indagação. Não responderei… Por que, se a antiga Democracia Imperial nada vale para os republicanos, hoje se discute no Congresso Nacional a retomada de aspectos político-eleitorais daquele período – o voto distrital, por exemplo?

Quanto às “crises”, concluo:

bloqsp.crise

Antigo e imperial, por isso duradouro, para não se dizer “eterno”.

Por Jorge Galego

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *