
247 – O governo “segue acuado”, apesar da vitória parlamentar em torno da aprovação do projeto que permite alterar a meta fiscal, “evitando explosão de uma crise fiscal no colo da presidente, como era desejo da oposição de direita”, avalia Breno Altman, em novo texto publicado no blog parceiro do 247. “Os partidos conservadores, associados à velha mídia, tomam carona na manipulação de denúncias provenientes da Operação Lava Jato e tentam manter o oficialismo sob fogo cerrado”, diz ele.
Ele acredita, no entanto, que “não há surpresa” no comportamento do PSDB e aliados. “O que espanta é a inação governista desde o final de outubro”, afirma. “Apesar de resoluções combativas, o petismo parece tomado pela apatia e o cansaço político. A tomada das galerias do parlamento por um punhado de delinquentes remunerados, durante a votação da LDO, foi simbólica desta política de guarda-baixa”, exemplifica o jornalista, que pergunta:
Por que o PT e o PC do B não convocaram sua militância para ocupar as arquibancadas do parlamento, em defesa da proposta do governo?
Por que a presidente não foi seguidamente à televisão e ao rádio, em entrevistas e em rede, para indicar o que estava em jogo na decisão sobre o superávit primário?
Por que os instrumentos de comunicação do governo não foram acionados para explicar do que se tratava a batalha em torno da LDO?
“A política de recuos não revela eficácia para conter as forças golpistas. Ao contrário. A oposição de direita sente-se mais forte em seus ataques”, alerta Altman. Em sua opinião, “revelam-se politicamente inócuas” medidas como a indicação de ministros amigáveis às classes dominantes, o aceno para a política econômica mais ortodoxa ou o arrefecimento da crítica à mídia.
“Pouco se faz para animar a esquerda e provocar o retorno ao palco dos setores populares. Afinal, são esses os únicos destacamentos aptos a enfrentar o consórcio golpista, como a disputa presidencial deixou claro”, conclui o colunista.
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