TIPOS DE LEITOR

*Otoniel Gondim 

blogqsp.otonielTipos a mil de leitor : O falso. o obsoleto, o incauto, o mel, o fel, o de boa fé , o de má fé, O sacana escroto, o tanto faz como tanto fezes, o de ré, o que nada filtra, o se achante , o engajado, o da soleira, o do vaso sanitário, o da rede, o eru , o dito, o tristonho, o da orelha , o sorridente, o que inicia pelo final, o de pelo meio, o que nunca sai do início, o comentador nato, o legal pacas, o sarcástico, o viajante cibernético, o básico, o lasca o pau, o fundamentalista, o “ nem aí pá má de coisa”, o etecétera e lá vai fumaça.
Mas, porém, no entanto, entretanto ,
LEITOR, VOCÊ É UM IDIOTA!!!

E vou, quer ver?, prová-lo.
Se entupa de muita calminha nessa hora, amigo ( Certeza sempre o será, mesmo depois dessa.), Eu ,também, o sou. Idiota e indiota, eu e você , amável leitor.Gostou que odiando amou?

Vamos à prova. Siga-me, amantes das letras, cauteloso, focado e bastante bonzinho por essas pretensas linhas tortas quiçá endireitadas. Okay?

Tome um banho bem demorado, não cante. Balance a cabeça seguidas vezes violentamente pro cérebro pegar no tranco. Sacuda-a, envergue-a. Agora grite, alto, tom nisso. Bom menino.
Sente, Espere, Apuros.

É o início dos TEMPORAIS NAS TÊMPORAS.
Amargo, suado, frio, destitua-se dos sensos comuns da razão e emoção deixando aflorar em você esse exército de antivalores e juízos que sempre foram seus e, intrínseco, em você estiveram, estão e estarão.o. Viaje profundo e sem receios em cada temática, citação, deliciando-se o quanto, como e se puder :
“” Ultimatos de sobrevivência, as vidas das mortes, as mortes devidas, os desejos suicidas contidos, os laconismos pós-fés, as mutilações anacrônicas dos humores, as dilacerações lentas das feridas eternas, as angústias antagônicas dos quereres, os ocultismos das luzes sombrias, as sagas dos terríveis orgasmos demorados, as punhetas de mãos sujas desencarnando as gonorréias, os pus nos intelectos fétidos, os odores e as dores intestinais nas madrugadas tenras, as regras em tratos anárquicos, os espíritos que não os dos porcos, os absolutismos previsíveis das respostas simples, as cornices tardiamente avisadas, os entreveros dos saldos negativos, os soluços alegres dos euforismos lacrimais, os invisíveis corrimentos bacterianos vaginais, os arroubos neuróticos de mães puxando filhos, os desenganos falsos que não dão em trecos, as não correspondidas paixões fortes, as coceiras anais em elevadores lotados, os assobios e piscadas dos desviados sexuais, o cheiro podre de cadáveres em dessecamentos,as olhadelas para baixo buscando sangue após os cagões, as gírias fissurais abstêmicas dos malucos pesando-se em farmácias, os sussurros maus hálitos dos beijos careados, os temores das reencarnações inimigas, os horrores depois do eu te amo, os trovões, os trovões, os trovões.. “
Pronto. Lenço na mão, leitor. Limpe o suor das têmporas e escreva “ O BELO DA TRISTEZA É A BELEZA DO TRISTE “.
Tome um analgésico e vá trabalhar. Seu idiota.

Tá vendo…foi ou num foi facinho facinho provar que eu e você, leitor, “ os pingos negros do planeta”, somos uns idiotas indiotas ???

Em tempo : É DE NOITE QUE SE VÊ MAIS COISAS. UMA BARATA TERÁ SEMPRE CASCOS NEGROS E BIGODES FILOSÓFICOS.
À NOITE É QUANDO ADMIRAMOS A PROCISSÃO DAS LESMAS SOBRE O MEIO-FIO , AS CASAS CONVERSAM ENTRE SI ACOMADRADAS E A VIDA ACORDA DO SONO QUE CEGA E CONFUNDE A VISTA.
É QUANDO A VIDA SAI DOS BUEIROS COM OS RATOS E AS MURIÇOCAS DESENCAVERNANDO UMA RUMA DE SONHOS PARAPSICODÉLICOS. E OS JARDINS GRITAM UM CORO DE MIL VOZES, MIL PERFUMES ESQUECIDOS NOS PORÕES DAS ALMAS.
SE A BOSTA DO BOI É O ALIMENTO DA ALMA, PRA VOCÊ UM POUCO DE ESTRUME.

*Otoniel Gondim —  Professor, Escritor e Compositor.

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