Juazeiro não muda, e nós pagamos pra ver

*Jean Brito

Em tempo de eleições, o roteiro da campanha é quase sempre o mesmo nos municípios brasileiros: Palavras bonitas, discursos afinados, tapinhas nos ombros, muito aperto de mão. No cenário das encenações, a publicidade política coloca, no primeiro ato, a plataforma de governo, como a protagonista para a busca do sucesso na campanha eleitoral. Carreira política.

A plataforma, renovada a cada pleito, fica incumbida de mostrar idéias e propostas para ganhar o voto do eleitor, através do velho argumento: Se eleito for, prometo mudar a cara desta cidade e, dessa vez, para melhor. A propósito, o termo “Mudança”, slogan que nas ultimas eleições convenceu boa parte do eleitorado juazeirense, tem dado muito o quê falar.

Outro dia um pré-candidato a prefeito de Juazeiro da Bahia, disse, em tom profético: “Juazeiro não se muda, o que se muda é a mentalidade das pessoas”. Ele apontou a educação como principal remédio social. As realizações feitas pela gestão PC do B Juazeirense, no campo educacional, são inegáveis e de fato trouxeram algumas mudanças na área, porém, não podemos esquecer que estas foram feitas com recursos federais. Verba Carimbada. E os recursos municipais?

Em outras áreas como infraestrutura, saúde, emprego e cultura a quem diga que ficaram presas no campo do imaginário, representadas por projetos que ainda não saíram do papel. Mas será que pelo menos a praça da juventude, a fábrica de violão, a revitalização da orla dois, com direito a centro gastronômico e o Anel Viário serão concretizados ainda em 2012? E o Juá shopping, Cadê?

Essas perguntas são um enigma, que só o prefeito de Juazeiro poderá desvendar. Mas o fato visível e evidente é que o espetáculo da gestão municipal está no último ato. É chegada a hora de fechar as cortinas para o artista sair do palco, se assim o público entender. Se a mudança é o nervo exposto do momento, outro problema de Juazeiro está centrado na vida dos eleitores de bairros periféricos. São pessoas que pagam IPTU e não tem o mínimo de assistência básica. E o pior, eles não sabem até quando terão de pagar pra ver o enredo da inércia na ausência de ação dos gestores públicos. 

Mas em meio às criticas de alguns excluídos da ação política, não é difícil encontrar alguém que comemore, e sem lenço e sem documento grite em viva voz: “Já é carnaval Cidade Acorda pra vê”. 

*Jean Brito é radialista da Rádio do Grande Rio AM

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