PONTE SALVADOR-ITAPARICA REPRESENTA MAIS UM DESASTRE AMBIENTAL E SOCIAL, AFIRMA HILTON COELHO (PSOL)

blogqsppsolO vereador Hilton Coelho (PSOL) acredita que o anuncio no Diário Oficial de terça-feira (7) sobre a construção da ponte Salvador-Itaparica em regime de parceria público-privada (PPP) representa um desastre ambiental anunciado.

“Os grupos econômicos envolvidos parecem os mesmos, inclusive, observa-se grupos políticos juntos quando para a população se dizem separados. Por que não investir na melhoria do sistema ferryboat e modernização da estrada já existente?”, questiona.

“Mais uma vez o governo estadual atua sem ouvir a população. Diz que vai realizar audiências públicas que sabemos de cartas marcadas e que nada decidem. A decisão já foi tomada e, assim, em uma cidade em que mais de dois terços da sua população segue vivendo no abandono e na exclusão social e racial, preferem gastar bilhões de reais para construir uma ponte até Itaparica.

Diante do colapso dos serviços do ferryboat o vemos é a irresponsabilidade do governo estadual, o grande responsável pelo seu sucateamento ao não fiscalizar adequadamente a qualidade do serviço prestado. Agora apresenta a solução milagrosa, a ponte que custará milhões. Isso é vergonhoso”, qualifica Hilton Coelho.

Hilton Coelho afirma que os interesses financeiros e econômicos falam mais alto que os sociais e apresenta alguns dados. “A ponte será maior que a Rio – Niterói. Terá o maior vão livre em concreto do mundo. Serão 600 metros, superando os 520 metros de uma ponte existente na Suécia e será toda em concreto, dispensando componentes em aço. Pelos cálculos iniciais o empreendimento deverá consumir até um milhão de m³ de concreto. Há previsões de um custo de R$ 7 bilhões que seria bancado por uma parceria público-privada. Diante dos graves problemas que os municípios de Salvador, Itaparica e Vera Cruz enfrentam é evidente que a ponte não é prioridade neste momento”.

“A discussão de fundo não é o embate entre modernidade, desenvolvimentismo contra preservacionistas, ecossocialistas. O que se oculta é que a construção não é prioridade à luz das necessidades mais imediatas da população. Como é comum quando os interesses governamentais são os mesmos das grandes empreiteiras, o povo não será chamado a este debate. E se assim o fizer, certamente será da forma desonesta e plebiscitária para dizer sim ou não.

A população excluída de Salvador e de Itaparica deve exigir que se resgate a maioria da população da secular miséria e exclusão social. Faremos nosso papel de denuncia na Câmara Municipal de Salvador para que não se faça uma obra sem que as pessoas entendam que têm o direito de decidir. Eu considero que a ponte não é necessária e prioritária. Sua construção levará a população à penúria e não a felicidade. Contribuirá principalmente com os interesses imobiliários e turísticos”, finaliza Hilton Coelho.

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