O número de formandos no ensino superior caiu 5,6% nos últimos dez anos, segundo dados do Censo da Educação Superior, divulgados este ano pelo Ministério da Educação (MEC). E quando cruzamos esta questão com um anuncio recente do descredenciamento de 28 instituições de ensino superior, observamos quanto é frágil a instrução no país. “O sistema de educação superior enfrenta graves problemas que precisam de soluções inteligentes e viáveis, esse modelo fragmentado, feito como uma linha de montagem com centros de saber separados uns dos outros, que vive isolada e se recusa a ler o presente mostra a necessidade de uma reflexão.
Isso é grave, pois, é da universidade que saem os profissionais que vão atuar em todos os segmentos sociais”, comenta o professor Belmiro Vasconcelos, que atua como docente há 25 anos na Universidade de Pernambuco, que considera questões importantes a serem debatidas atualmente.
E a preocupação não é a toa. O número de matrículas no ensino superior alcançou 7,3 milhões em 2013, registrando um crescimento de 85,6% nos últimos dez anos. E grande parte desses novos alunos acabam vinculados a instituições privadas de ensino, que, em alguns casos, não conseguem atender completamente os anseios de formação do estudante, seja por um ou outro motivo.
E as universidades públicas lutam por melhor estrutura, condições e adequação para desenvolver o processo de ensino-aprendizagem. O que mostra cada vez mais que é preciso realizar investimentos urgentes para sanar todos os problemas e dificuldades encontradas no quadro geral. “Há a necessidade de pensar em políticas universitárias capazes de reestruturar esse modelo obsoleto de ensino superior, assegurando a essa instituição social, um fortalecimento científico capaz de dialogar com o mundo de igual para igual contribuindo socialmente”, acredita o professor que participou de bate papo no Campus da Universidade de Pernambuco, em Petrolina.
Numa campanha em prol da expansão do desenvolvimento acadêmico e científico sustentável, especialmente da UPE, o professor e ex-diretor da FOP considera fundamental primar pela valorização da força de trabalho da instituição de ensino, através inclusive da melhoria da infraestrutura instalada e qualificação da assistência estudantil, em consonância com as políticas de desenvolvimento do Estado de Pernambuco. “A UPE precisa de mudanças. É preciso que a liderança da nossa Universidade seja realizada por pessoas com conhecimento, experiência, vontade política e ética, para que possam trazer o desenvolvimento. Para nós, valorizar os docentes é, entre outras coisas, dar chance ao mesmo de se qualificar ainda mais, trazendo o conhecimento aonde ele é necessário”, acredita. E está preocupação ganha destaque por se tratar de uma das mais fortes instituições de ensino superior do Estado, presente ainda na forma de complexo multicampi em outras diversas regiões do estado como Nazaré da Mata, Caruaru e Garanhuns.