Belém, na Cisjordânia, costuma fazer grandes celebrações anuais em dezembro. Prefeitura disse que fará apenas orações este ano, em respeito ao luto de famílias que perderam parentes nos conflitos. Cisjordânia também tem sido palco de confrontos.
Por Luisa Belchior, g1 –
Funcionário da prefeitura de Belém, na Cisjordânia, desmonta decoração de Natal, cujas festividades foram canceladas por conta da guerra entre Hamas e Israel, em novembro de 2023. — Foto: Divulgação/ prefeitura de Belém
Segundo o cristianismo, Belém, na Cisjordânia, é a cidade onde nasceu Jesus Cristo. Por isso, é natural que a festa de Natal seja um evento de grandes proporções a cada ano. Desta vez, no entanto, a festa foi cancelada.
Procurada pelo g1, a prefeitura de Belém informou que cancelou as festas em respeito ao luto de famílias que perderam parentes na guerra. A Cisjordânia tem sido palco de operações de Israel e confrontos, e vinha sendo o principal ponto de conflito na região antes do ataque de Hamas a Israel, em 7 de outubro.
“Foi tomada a decisão de restringir as celebrações de Natal a rituais religiosos e de organizar eventos para transmitir a nossa forte condenação da agressão israelense contra o nosso povo palestino na Cisjordânia e em Gaza”, declarou a prefeitura, em comunicado.
Trégua de quatro dias entre Israel e o Hamas começou a valer nesta sexta-feira (24)
Apenas orações conjuntas serão permitidas, ainda segundo a prefeitura.
Não haverá a tradicional decoração de luzes e a árvore de Natal, assim como também não será montado o grande presépio, que anualmente fica na praça da Manjedoura e atrai centenas de turistas.
Na madrugada entre os dias 24 e 25 de dezembro, a cidade costuma sediar uma grande procissão, que também foi cancelada.
Imagens de arquivo mostram decoração da praça da Manjedoura:
ARQUIVO – imagem de 23 de dezembro de 2020 mostra crianças olhando para o presépio na Praça da Manjedoura, em Belém, na Cisjordânia. — Foto: Nasser Nasser/AP Photo
ARQUIVO – imagem de 23 de dezembro de 2020 mostra a árvore de Natal na praça da Manjedoura, em Belém, na Cisjordânia — Foto: Nasser Nasser/AP Photo