Dia do Trabalho: conheça a origem e a história do feriado de 1º de maio

 

Cecília Fernandes. –

O Dia do Trabalho é uma celebração realizada em diversos países do mundo, dedicada para comemorar as conquistas dos trabalhadores ao longo da história, como os direitos trabalhistas, benefícios e grandes feitos da categoria. No entanto, muitos não entendem qual é a origem desse evento e como se concretizou no dia 1º de maio como uma data especial aos profissionais.

 

Antes de mais nada, o surgimento está associado com um movimento político que aconteceu nos Estados Unidos, e somente depois de anos essa comemoração chegou ao Brasil. Contudo, era utilizada no começo como uma forma de realizar uma autopromoção do governo, conquistando as massas por meio de festividades e discursos eleitorais. Saiba mais informações a seguir:

 

Como surgiu o Dia do Trabalho?

Em primeiro lugar, essa celebração aconteceu por conta de uma greve dos operários de Chicago, nos Estados Unidos, no dia 1º de maio de 1886. Na época, o movimento solicitava melhores condições de trabalho, como redução da carga horária, aumento de salários, instituição do descanso semanal e das férias aos profissionais.

 

 

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O evento contou com a participação de diversos operários nas ruas da cidade, com organização pela Federação Americana do Trabalho. Mais conhecida como a Revolta de Haymarket, o confronto com a polícia gerou a explosão de uma bomba no dia 4 de maio de 1886, causando diversas fatalidades nos dois lados e deixando inúmeros feridos.

 

A explosão da bomba fez com que os policiais abrissem fogo contra os manifestantes, criando novas fatalidades. Por conta desse evento, passou-se a reconhecer o dia 1º de maio como o momento de reconhecimento da luta dos trabalhadores por direitos, com esse movimento espalhando-se rapidamente entre outros países.

 

Qual é a origem do feriado do 1º de maio no Brasil?

No Brasil, a chegada de imigrantes europeus para ocupar os postos de trabalho acompanhou os ideais de luta e os movimentos em defesa dos direitos trabalhistas. Em decorrência desse processo, houve uma Greve Geral dos trabalhadores em 1917, no estado de São Paulo. Na ocasião, os operários e comerciantes solicitavam melhores condições de trabalho.

 

Assim como aconteceu em outras regiões do mundo, as demandas envolviam solicitações por aumentos salariais, redução da jornada de trabalho, proibição do trabalho infantil e proibição do trabalho feminino à noite. A greve se estendeu durante os meses de junho e julho, de modo que grande parte das reivindicações foram atendidas pelo esvaziamento das indústrias no país.

 

Posteriormente, o presidente Artur Bernardes declarou o dia 1º de maio como Dia do Trabalhador. Porém, foi no início da Era Vargas que aconteceu a principal transformação nessa celebração. Devido à propaganda trabalhista do presidente Vargas, a data deixou de ser vista como um momento de luta, protesto e crítica ao governo do país.

 

Com o tempo, passou a ser uma festa, uma celebração para os trabalhadores, de modo que as manifestações e passeatas de conscientização ou protesto foram substituídas por festas populares, desfiles, celebrações públicas e feiras comemorativas. Por meio da autopromoção, o presidente Vargas rompeu com a oposição entre os trabalhadores e patrões ao colocar todos no mesmo nível.

 

Nesse processo, incorporou ao Estado as bandeiras do trabalho a fim de esvaziar o movimento trabalhista e evitar novas revoltas ou greves. A partir do que ficou conhecido como trabalhismo, houve um extenso trabalho para desmontar o sindicalismo, as correntes socialistas e o crescimento do anarquismo no país. Aos poucos, foi construída a imagem do representante como “pai dos trabalhadores”.

 

Com o tempo, o Dia do Trabalhador passou a ser utilizado para anunciar as mudanças pretendidas pelo governo, como o projeto de industrialização do país, mudanças no salário mínimo realizadas sem consulta aos trabalhadores e medidas que centralizavam no presidente a concessão dos direitos. Assim, foi-se abafando as manifestações e protestos contra a estrutura socioeconômica do Brasil

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