TRÊS MILHÕES DE BRASILEIROS ESTÃO INFECTADOS PELA HEPATITE C, MAS NÃO SABEM QUE TÊM O VÍRUS

blogqspdenunciaDe acordo com o Ministério da Saúde, os cinco tipos de hepatite virais (A,B,C,D e E) já atingiram, desde 1999, quase 400 mil pessoas no país. Esses, são os casos confirmados da doença, com pacientes que apresentaram sintomas. Mas o grande desafio para os especialistas é o grande número de pessoas que estão infectadas e não sabem.

E essa situação atinge principalmente a hepatite C. Segundo o Departamento de Hepatites Virais do Ministério, são 3 milhões de infectados. Para debater essa situação e outros problemas relacionados às hepatites virais, a Comissão de Seguridade Social e Família fez, nesta quinta-feira (8), uma audiência pública reunindo especialistas, pacientes e ONGs. A CSSF é presidida pelo deputado Amauri Teixeira (PT-BA).

Ainda segundos dados do Ministério da Saúde, o tipo mais comum é a hepatite A que, nesse período, atingiu 138.305 pessoas. Em segundo, a hepatite B com 120.343 casos.

Elisa Cattapan tem hepatite C há 17 anos e é coordenadora geral de Hepatites Virais do Ministério da Saúde. Ela alerta que é uma doença silenciosa. Ela informa que o Ministério tem agilizado, desde setembro de 2013, a liberação e distribuição de medicamentos para os postos de saúde e hospitais públicos. Para ela, o maior problema é a falta de diagnóstico, o que resulta em um grande número de óbitos. “Dos mais de 82 mil casos de hepatite C registrados nos últimos anos, 37 por cento foram a óbito”, ressalta. Elisa mostra outra preocupação com o custo provocado também pela falta de diagnóstico. Como a doença não é detectada em tempo para tratamento, muitos casos terminam em transplante de fígado. Em 2013 foram 1.726 transplantes e 31 por cento provocados pela hepatite C. Ela pede campanhas de vacinação sistemática para combater a hepatite B, que está disponível gratuitamente nos postos de saúde para pessoas de 0 a 49 anos.

Momento decisivo

O infectologista Evaldo Araújo afirma que o país vive um momento decisivo no enfrentamento da hepatite C, só comparável a campanha para combater a Aids.  “Essa audiência pública é o início do fim da hepatite C no país. Com o apoio do Congresso podemos conseguir uma política abrangente de combater a doença. A mortalidade aumentou a partir do ano 2000, e mesmo com novos tratamentos a partir de 2012 os óbitos continuam aumentando. Falta acesso ao tratamento e os marginalizados sofrem mais, como os presidiários e a população de rua”, afirma Evaldo. O especialista também lembra que também deveria ser incentivada a produção medicamentos genéricos antivirais.

O deputado Geraldo Thadeu (PSD-MG), um dos requerentes da audiência pública, destacou o trabalho feito pelo Ministério do  Saúde para combatera a hepatite, com mais agilidade na distribuição dos medicamentos e a construção de mais laboratórios. Hoje cada tem estado tem pelo menos um com capacidade para análises sobre a doença. O deputado sugere que todo paciente que tiver um solicitação de exames clínicos, seja incluído também o exame para detecção de hepatites .

Já o deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS) pede a mobilização da sociedade civil e dos parlamentares para o aumento dos recursos para o financiamento da saúde. Ele informa que este ano o déficit na saúde pública deve chegar a R$ 8 bilhões.

 Diagnóstico precoce

O gastroenterologista Hoel Sette Júnior ressalta que testes de diagnóstico estão disponíveis em toda a rede do Sistema Único de Saúde (SUS), com o teste rápido para triagem das hepatites B e C. “O diagnóstico precoce proporciona acesso ao tratamento em tempo adequado, o que previne as complicações da infecção crônica como cirrose, câncer e até o transplante de fígado”,  alerta Hoel.

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