CINEMA NO VALE DESTACA PELÍCULA SOBRE OS ANOS DE CHUMBO

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No ano em que o golpe militar que resultou em uma ditadura faz 50 anos, o projeto Cinema no vale apresenta filmes que tratam de diferentes pontos de vista de acontecimentos que ocorreram após 1964 e ainda hoje geram discussões.

Para isso, foram selecionados filmes menos conhecidos do público, mas que possuem igual impacto e importância dadas a riqueza de suas histórias e as reflexões que elas provocam.

Dando início à mostra, nesta sexta-feira dia 04 de abril será apresentado Batismo de Sangue, filme baseado na obra homônima de Frei Beto e que mostra os efeitos da tortura em um grupo de padres que lutavam contra a ditadura, resultando no suicídio de um deles. Este filme, de tons autobiográficos, se torna mais real pela intensidade de interpretação dos atores, especialmente nas cenas de violência, e pela direção segura de Helvécio Ratton.

No dia 11, será a vez de Quase dois irmãos, dirigido por Lucia Murat, e que traz uma interessante discussão sobre diferenças sociais, raciais e políticas entre dois homens que, de amigos nos anos de 1950, passam a ocupar diferentes posições ao longo do tempo: um se torna senador; o outro, um traficante de drogas. Nessa obra, o ponto de vista dos presos políticos se confronta com os homens que são presos por motivos diversos, mas sempre ligados a uma marginalidade ligada às questões de raça e pobreza.

Encerrando a mostra, no dia 25 de abril será mostrado Hoje, de 2013, dirigido por Tata Amaral. Nessa obra, a diretora apresenta uma perspectiva recente dos efeitos da ditadura ao mostrar a história de uma mulher que, ex-militante e casada com um homem dado como desaparecido político, recebe uma indenização do governo pela morte do marido. No entanto, ele retorna e, ao descobri-lo vivo, toda a situação muda.

O projeto Cinema no vale acontece sempre no Auditório da Biblioteca do Campus Univasf-Petrolina. As sessões começam às 19h30 e a entrada é gratuita e aberta à comunidade.

Sinopses

Batismo de sangue. Dir. Helvécio Ratton (2007).

São Paulo, fim dos anos 60. O convento dos frades dominicanos torna-se uma trincheira de resistência à ditadura militar que governa o Brasil. Movidos por ideais cristãos, os freis Tito (Caio Blat), Betto (Daniel de Oliveira), Oswaldo (Ângelo Antônio), Fernando (Léo Quintão) e Ivo (Odilon Esteves) passam a apoiar o grupo guerrilheiro Ação Libertadora Nacional, comandado por Carlos Marighella (Marku Ribas). Eles logo passam a ser vigiados pela polícia e posteriormente são presos, passando por terríveis torturas.

Quase dois irmãos. Dir. Lucia Murat (2004)

Miguel é um Senador da República que visita seu amigo de infância Jorge, que se tornou um poderoso traficante de drogas do Rio de Janeiro, para lhe propôr um projeto social nas favelas. Apesar de suas origens diferentes eles se tornaram amigos nos anos 50, pois o pai de Miguel tinha paixão pela cultura negra e o pai de Jorge era compositor de sambas. Nos anos 70 eles se encontram novamente, na prisão de Ilha Grande. Ali as diferenças raciais eram mais evidentes: enquanto a maior parte dos prisioneiros brancos estava lá por motivos políticos, a maioria dos prisioneiros negros era de criminosos comuns.

Hoje. Dir. Tata Amaral (2013).

Vera (Denise Fraga) é uma ex-militante política que recebe uma indenização do governo, em decorrência do desaparecimento do marido, vítima da repressão provocada pela ditadura militar. Com o dinheiro ela consegue comprar um apartamento próprio, além de enfim poder ser reconhecida como viúva. Só que, quando está prestes a se mudar, recebe uma visita que altera sua vida.

Fonte: www.adorocinema.com

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