No período de 11 a 16 deste mês, foi finalizada a Copa Brasil de Futebol de 5 realizada na cidade de Goiânia/GO. A competição foi disputada por atletas com deficiência visual e Petrolina foi representada pela Associação dos Deficientes Visuais de Petrolina – ADVP que foi a vice-campeã, garantindo uma vaga na série A da próxima edição do campeonato que vai acontecer em 2012. A Associação teve o apoio da Secretaria de Acessibilidade de Petrolina numa competição que reuniu oito equipes dos estados de Pernambuco, Rio Grande do Sul, Maranhão, São Paulo, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.
O ADVP disputou o título com o time gaúcho Associação Gaúcha de Futsal para Cegos – AGAFUC, que levou a taça com o resultado de 1×0 para os atletas gaúchos. Com o apoio da Confederação Brasileira de Desportos de Deficientes Visuais – CBDV, o evento serviu para integrar toda a sociedade, unir os atletas e mostrar que as deficiências não impedem o desenvolvimento do esporte. “Nossa missão é apoiar eventos como este e nos empenhar na construção de uma sociedade mais inclusiva e responsável com essa parcela da população”, afirmou o Secretário de Acessibilidade, Marcos Conceição.
Nas premiações individuais, o atleta Raimundo Nonato, da APDV (PE), emplacou três indicações: melhor jogador, revelação e artilheiro, com 12 gols. Nas partidas, o time da ADVP também obteve o segundo lugar para o título de melhor goleiro do campeonato, Alisson Luis, mais conhecido por “Tartaruga”, que logrou êxito em suas defesas, e intensificou a admiração da sua torcida.
Segundo o presidente da Associação de Deficientes Visuais de Petrolina, Antonio Malan, o evento serviu para minimizar os impactos que há entre os desportistas que não tem deficiência e os atletas que possuem alguma limitação física ou mental. “A seleção de Petrolina é pioneira na região e com o apoio da Prefeitura de Petrolina, através da Secretaria de Acessibilidade, conseguimos participar de mais um evento fora do município”, frisou.
Futebol de 5 para cegos
O futebol de cinco é exclusivo para cegos ou deficientes visuais. As partidas normalmente são em uma quadra de futsal adaptada, mas desde os Jogos Paraolímpicos de Atenas também tem sido praticadas em campos de grama sintética. O goleiro tem visão total e não pode ter participado de competições oficiais da FIFA nos últimos cinco anos. Junto às linhas laterais, são colocadas bandas que impedem que a bola saia do campo. Cada time é formado por cinco jogadores – um goleiro e quatro na linha. Diferente dos estádios com a torcida gritando, as partidas de futebol de cinco são silenciosas, em locais sem eco.
A bola tem guizos internos para que os atletas consigam localizá-la. Os jogadores usam uma venda nos olhos e se tocá-la é falta. Com cinco infrações, o atleta é expulso de campo e pode ser substituído por outro jogador. Há ainda um guia, o chamador, que fica atrás do gol, para orientar os jogadores, dizendo onde devem se posicionar em campo e para onde devem chutar. O jogo tem dois tempos de 25 minutos e intervalo de 10 minutos. No Brasil, a modalidade é administrada pela Confederação Brasileira de Desportos para Cegos (CBDC). A primeira Copa Brasil foi em 1984, na capital paulista.
(Aurílio Marcos – Ascom Petrolina)