Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região realiza mais uma ação da Campanha anual
do Sistema CFN/CRNs contra a fome, a obesidade e o desperdício de alimentos
O Conselho Regional de Nutricionistas da 5ª Região (CRN-5 – Bahia e Sergipe) vai aproveitar o Dia Mundial 
da Alimentação (16 de outubro) para promover, das 7h às 11h, mais uma ação da Campanha anual “Fome, Obesidade e Desperdício. Não alimente este Problema”. Desta vez, nutricionistas e estudantes de nutrição farão avaliações nutricionais (estimativa de peso, altura e índice de massa corpórea – IMC) no Dique do Tororó, além de darem dicas práticas relacionados aos “combates” propostos pela campanha. “Queremos aproveitar esta oportunidade para fazer as pessoas pensarem em como podem, no dia a dia, colaborar para o enfretamento dos controversos problemas que estamos ajudando a combater”, declara a presidente do CRN-5, Thais Majdalane.
Ela explica que “o acompanhamento com um nutricionista para correção dos hábitos alimentares e a adoção de uma dieta balanceada e adequada, direcionada para a perda de peso e redução da gordura visceral, servirão não só para combater a obesidade como também para normalizar a pressão arterial, corrigir a dislipidemia (colesterol alto) e a hiperglicemia (diabetes)”. E completa: “Alimentos ricos em fibras, pobres em gorduras saturadas e colesterol e com reduzida quantidade de açúcares simples devem ser priorizados”, explica. A atividade física também deve ser incentivada, com autorização médica e acompanhamento de profissional capacitado.
Para enfrentar a fome, “não podemos apenas cobrar e esperar por ações do governo e das ONGs que fazem algo a respeito, mas podemos individualmente ser voluntários em ações de combate, doando alimentos, participando dos centros de distribuição de refeições e ajudando a criar bancos de alimentos para distribuir comida excedente em boas condições de consumo”, declara a nutricionista.
Já o combate ao desperdício de alimentos vai muito além do que comer tudo o que está no prato. É preciso aproveitar bem os alimentos, usando cascas, talos e sementes em receitas diferentes e sucos. “Não podemos ser preconceituosos com a comida: folhas com bordas marrons ou frutas com partes escuras podem ser consumidas. Basta cortar as partes ruins e aproveitar o resto, ao invés de jogar tudo no lixo. Além disso, é preciso conservar bem os alimentos para evitar que eles se estraguem antes do consumo”, diz.
Obesos x Famintos
Segundo a nutricionista, que estará de “plantão” no Dique na manhã deste domingo, apesar da Cruz Vermelha ter divulgado recentemente que o número de pessoas obesas já supera o de famintos no mundo, “o grupo humanitário também informou que o sofrimento dos desnutridos está aumentando, em meio a uma crescente crise alimentar”, declara.
Em estatísticas usadas para ilustrar o acesso desigual à comida, a Cruz Vermelha assinalou que 1,5 bilhão de pessoas sofriam de obesidade no mundo no ano passado, enquanto 925 milhões estavam desnutridas. “O problema da fome existe não porque falta comida, mas por causa de falhas na distribuição, do desperdício, e do aumento dos preços, que tornou os alimentos inacessíveis em várias partes do mundo”, explica Thais. O preço dos alimentos deu um salto global em 2011 e certamente por isso o tema do Dia Mundial da Alimentação este ano, definido pela FAO, é “Preço dos Alimentos: da crise à estabilidade”.
“Se a livre interação entre as forças do mercado produziram um resultado em que 15% da humanidade passam fome, enquanto 20% estão obesos, alguma coisa deu errado”, declara a nutricionista presidente do CRN-5. A alta de preços dos alimentos representa uma séria ameaça para a segurança alimentar, principalmente das populações carentes. De acordo com o Banco Mundial, entre 2010 e 2011, o aumento do preço dos alimentos deixou quase 70 milhões de pessoas na pobreza extrema.
Dados da Unicef revelam que no Brasil, a cada cinco minutos, morre uma criança, a maioria com doenças relacionadas à fome. Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulga que no mundo existem 300 milhões de obesos, sendo quase 6% no Brasil. A Embrapa apresenta outra estatística alarmante, relacionada ao desperdício de alimentos: o cidadão brasileiro consome anualmente 36 quilos de hortaliças enquanto joga fora outros 37 quilos. “Em meio a este paradoxo, sabemos que cada um de nós podemos contribuir no dia a dia para melhorar esta realidade”, acredita Thais Majdalane.
Dia Mundial da Alimentação
O Dia Mundial da Alimentação é celebrado no dia 16 de outubro de cada ano para comemorar a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação (FAO). O objetivo é conscientizar a humanidade sobre a difícil situação que enfrentam as pessoas que passam fome e estão desnutridas, e promover em todo o mundo a participação da população na luta contra o problema.
Todos os anos, mais de 150 países celebram este evento. Nos Estados Unidos, 450 organizações voluntárias nacionais e privadas patrocinam o Dia Mundial da Alimentação e em quase todas as comunidades existem grupos locais que participam ativamente. Durante o Dia Mundial da Alimentação, celebrado pela primeira vez em 1981, ressalta-se cada ano um tema em que se focalizam todas as atividades.