Seagri reivindica inclusão de vários municípios produtores no zoneamento agrícola

O zoneamento agrícola da Bahia é a pauta da discussão da Secretaria Estadual da Agricultura, durante o encontro de técnicos do Estado com a equipe do Ministério da Agricultura, que acontece até hoje no Centro de Treinamento da EBDA, em Salvador. Na abertura do evento, o secretário estadual da Agricultura, engenheiro agrônomo Eduardo Salles, entregou ao coordenador geral do Zoneamento Agropecuário do Ministério da Agricultura, Gustavo Bracale, um documento solicitando a revisão da portaria da cultura da mandioca e de diversas outras culturas, no que tange à mudança da época do plantio para alguns municípios e a inclusão de outros. Salles ressaltou a importância da mandiocultura, desenvolvida principalmente pela agricultura familiar e presente nos 417 municípios da baianos.

Segundo Kátia Lima, coordenadora de Política Agrícola da Seagri, o documento apresentado ao Ministério da Agricultura através do coordenador Gustavo Bracale solicita também a revisão das portarias das culturas da palma, abacaxi, mamona e feijão caupi, citrus, café, amendoim e girassol, com indicativos das potencialidades do solo e do clima dos municípios produtores, além das series históricas de dados pluviométricos diários, mensais e anuais, dos últimos dez anos que comprovem a aptidão dos municípios para determinada cultura. “O governo do estado através da EBDA conseguiu distribuir pluviômetros em quase todos os municípios da Bahia. A meta do Estado é alcançar a totalidade”, afirmou

Estudos conjuntos com técnicos do Mapa, Embrapa, EBDA e Seagri subsidiaram a revisão do zoneamento agropecuário do abacaxi em Umburanas que teve esta cultura incluída pelo Ministério da Agricultura, conforme decreto no Diário Oficial da União, atendendo à solicitação da Seagri, Foi um marco importante para o município, que conta hoje com 1.200 hectares plantados e cultivados por centenas de agricultores familiares. O zoneamento dá sustentabilidade às cadeias produtivas, permitindo que os agricultores tenham acesso a créditos para custeios e investimentos.

Para o pesquisador da Embrapa na cultura do abacaxi, Davi Theodoro Junghans, a Embrapa é um grande parceiro nesse encontro contribuindo em pesquisas, banco de dados e metodologia, além de dar suporte técnico para as discussões, envolvendo as culturas do abacaxi, mandioca e citrus.

De acordo com informações do coordenador geral do Zoneamento do Ministério da Agricultura, Gustavo Bracale, o objetivo do encontro é discutir algumas demandas solicitadas pela Seagri e dar um encaminhamento para esses pleitos. “A intenção do Ministério da Agricultura não é prejudicar a agricultura, mas temos que seguir algumas normas e fazer alguns ajustes”, declarou.


ZONEAMENTO AGRÍCOLA

O zoneamento agrícola de risco climático é um procedimento efetuado pelo Ministério da Agricultura (Mapa), definindo as áreas e as épocas de plantio para as culturas agrícolas, correlacionado ao ciclo das culturas e ao tipo de solo, conforme sua capacidade de retenção de água, levando-se em consideração séries agroclimáticas históricas, com objetivo de minimizar as chances de adversidades climáticas coincidirem com a fase mais sensível das culturas.

Se o município não estiver zoneado para implantar uma cultura não será amparado pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), bem como pelo Programa de Garantia da Atividade Agropecuária (Proagro), conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central do Brasil.

A não inclusão de municípios nos zoneamentos de risco climáticos ocasiona a imediata suspensão de financiamentos aos agricultores familiares, provocando impactos econômicos e sociais negativos, refletindo nas economias locais e, posteriormente, na estadual.

A Secretaria da Agricultura tem a tarefa de juntamente com o Mapa, analisar, revisar e estudar a viabilidade das áreas produtoras, e ou potencialmente produtivas, excluídas. O Mapa divulga as localidades em portarias publicadas no Diário Oficial da União a cada ano-safra, e por estado da federação, servindo de orientação para o crédito de custeio agrícola oficial, bem como o enquadramento no seguro rural privado e público.

(Ascom Seagri)

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