Depois dos servidores dos Correios, os bancários também paralisaram as atividades em todo o país. A greve, já anunciada, iniciou hoje (dia 27), quando os atendimentos de todas as agências bancárias foram limitados, estando apenas, a disponibilização de caixas eletrônicos e atendimentos aos idosos e deficientes físicos. A paralisação é por tempo indeterminado.
Dentre as pautas de reivindicação, estão o reajuste salarial de 12,8% – 5% de aumento real mais a inflação projetada de 7,5% – e salário mínimo de R$ 2.297,51, calculado pelo Dieese… De acordo com o membro da Federação dos Bancários dos Estados da Bahia e Sergipe, Waldenir Brito, o processo de campanha salarial começou desde maio, e em agosto foi entregue a minuta de reivindicação aos banqueiros. “Infelizmente mais uma vez os banqueiros não atendem as solicitações dos bancários, nos obrigando a entrar em greve”, explica.
Ainda segundo o sindicalista, a minuta específica pede o reajuste de 7,5% e o aumento real de 5%. “Diante do quadro econômico, onde os banqueiros estão lucraram, só este semestre, R$ 27 bilhões e se recusam a proporcionar aumento salarial aos funcionários, tivemos que tomar esta medida mais uma vez”, reforça. Portanto, a clausula econômica representa 12, 8% de reajuste salarial, e ainda, a PLR de três salários mais R$ 4.500, salário mínimo do Dieese (R$ 2.297,51), vales alimentação e refeição, salário mínimo nacional (R$ 545) e ainda reivindicam PCCS para todos os bancários, auxílio-educação (pagamento para graduação e pós), ampliação das contratações, inclusão bancária, combate às terceirizações e à rotatividade por meio da qual os bancos aumentam seus ganhos com a redução dos salários, além da aprovação da convenção 158 da OIT e outros proposições mais especificas como o cumprimento da jornada de 6 horas; fim das metas abusivas; fim do assédio moral e da violência organizacional; mais segurança nas agências e departamento; previdência complementar para todos os trabalhadores; contratação da remuneração total; igualdade de oportunidades.
Ainda de acordo com Brito, a pauta de reivindicações não está fechada e há espaço para negociações. “Esperamos a compreensão dos banqueiros e existe um comando nacional da greve que está de prontidão para, se necessário discutir mais uma vez, basta que os banqueiros percebam a necessidade de avançar e apresentem uma proposta digna de trabalho aos bancários, que voltaremos a atender prontamente a toda a população, avisa.
O que funciona e o que não funciona com a greve
Funciona nas agências bancárias o atendimento aos aposentados, deficientes físicos com horários específicos de atendimentos e os caixas eletrônicos. Lembrando que a compensação de cheques também ocorre normalmente, já que o atendimento bancário é essencial no Brasil. Não funcionam os atendimentos personalizados, como negociações de dívidas, que precisam de atendimento interno.
Por Mônia Ramos